Copom reduz taxa de juros Selic para 12,25% ao ano | Em 2020, era de apenas 2%

O Banco Central (BC) anunciou o corte dos juros pela terceira vez seguida, no entanto, existe muita gordura para queimar, isto é, os banqueiros ainda estão felizes da vida, enquanto a economia brasileira padece, a arrecadação cai e o consumo desaba por falta de massa salarial consistente.

Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 12,25% ao ano, que é usada como referência para a remuneração de banqueiros e especuladores nos títulos da dívida pública interna.

A decisão anunciada na tarde desta quarta-feira (1º de novembro) já era esperada pelos analistas financeiros.

Pela previsão divulgada pelo próprio governo, sob a batuta do ministro Fernando Haddad, a taxa Selic vai encerrar em 7,06% no ano de 2027, enquanto o dólar ficará no patamar de R$ 5,23 no ano de 2027.

Esse patamar é muito acima dos 2% da taxa Selic antes pandemia, em 2020, quando o Banco Central ainda não era “independente”.

Sob os auspícios de Roberto Campos Neto e sob o signo da autonomia, o Banco Central aumentou os juros a índices jamais vistos no planeta, o que comprometem o desenvolvimento do país, travam a geração de empregos de qualidade, e dificultam o consumo das famílias.

Economia

Em comunicado, o Copom informou que a economia internacional exige maior atenção e cautela de países emergentes na redução de juros – o que não passa de mais uma balela.

“O ambiente externo mostra-se adverso, em função da elevação das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, da resiliência dos núcleos de inflação em níveis ainda elevados em diversos países e de novas tensões geopolíticas”, destacou o comunicado.

Apesar das supostas dificuldades, o texto prometeu que o Copom continuará a fazer novos cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões.

O Copom, no entanto, indicou que poderá mudar o tempo do período de cortes, caso as condições tornem mais difícil reduzir juros.

Ou seja, o BC sugere que poderá deixar os juros nas alturas – o que benefica somente os banqueiros e especuladores.

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou a manutenção da taxa Selic nas alturas.

“Diante da realidade da economia e da urgência na retomada do crescimento, a redução da taxa Selic teria de ser necessariamente maior e mais rápida”, disse a dirigente petista.

Para Gleisi, não faz o menor sentido o ritmo de conta-gotas que o BC de Campos Neto vem impondo nas reuniões do Copom.

“É muita irresponsabilidade com o país”, criticou ela.

A taxa está no menor nível desde maio do ano passado, quando estava em 11,75% ao ano, porém, muito além do que era em 2020.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de alegado aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986.

Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo.

A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

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