Câmara de Curitiba, que quis cassar Renato Freitas, agora tenta ‘caçar’ Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), virou alvo dos fundamentalistas vereadores de Curitiba. Por 23 dos 38 dos votantes, os parlamentares aprovaram uma moção contrária ao magistrado que tem colocado um cabresto nos atos antidemocráticos em todo o País.

Mas para o leitor do Blog do Esmael entender bem essa votação na Câmara Municipal de Curitiba, contrária a Alexandre de Moraes, é fundamental que ele volte ao tempo ao menos nove meses.

Em fevereiro de 2022, os vereadores da capital do Paraná iniciaram um processo de inquisição contra o colega de parlamento Renato Freitas – negro, periférico e de origem pobre – porque supostamente tinha invadido a Igreja dos Pretos, construídas pelos escravos no setor histórico de Curitiba, durante um protesto contra o racismo. O padre da paróquia negou ter havido ato ofensivo à religião católica, mas, por 23 votos, o plenário da Câmara cassou o mandato de Freitas.

Freitas só não perdeu o mandato porque o Supremo Tribunal Federal (STF), numa decisão do ministro Luís Roberto Barroso, viu racismo na decisão da Câmara e anulou o processo de cassação.

Os vereadores de Curitiba não escondem sua intenção golpista com a moção aprovada: “fomentar um movimento de manifestações de outras casas legislativas” brasileiras.

Com a visão turvada pelo bolsonarismo, os parlamamentares curitibanos veem Alexandre de Moraes como um ministro que perpetra “atos contrários ao Estado de Direito” ao barrar atos antidemocráticos, proibir fechamentos de ruas e rodovias, enfim, assegurar o resultado nas urnas e a condição de presidente eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Economia

O requerimento de Rodrigo Marcial (Novo) foi votado por apenas 23 parlamentares e recebeu 17 votos favoráveis, 5 contrários e 1 abstenção. 

Votaram favoravelmente à moção:

  • Amália Tortato (Novo);
  • Beto Moraes (PSD);
  • Denian Couto (Pode);
  • Eder Borges (PP);
  • Ezequias Barros (PMB);
  • Flávia Francischini (União);
  • Hernani (PSB);
  • Jornalista Márcio Barros (PSD);
  • Nori Seto (PP);
  • Oscalino do Povo (PP);
  • Pastor Marciano Alves (Solidariedade);
  • Pier Petruzziello (PP);
  • Rodrigo Marcial; e
  • Sargento Tânia Guerreiro (União).

Os votos contrários foram dos vereadores:

  • Dalton Borba (PDT);
  • Herivelto Oliveira (Cidadania);
  • Maria Leticia (PV);
  • Professora Josete (PT); e
  • Renato Freitas (PT).

O vereador Sidnei Toaldo (Patriota) se absteve do voto.

A direita fundamentalista na Câmara de Curitiba tenta açular as manifestações antidemocráticas, que, sincronizadas com declarações golpistas, como aquela do ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), que não reconhecer a vitória de Lula e a derrota do presidente cessante Jair Bolsonaro (PL). Por isso esses extremistas tentam ‘caçar’ Xandão.

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