Câmara acelera cassações e pode derrubar até seis mandatos

A gestão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), prepara a maior degola parlamentar desde a redemocratização, segundo apurou o Blog do Esmael com uma fonte em Brasília. O clima em plenário é de tensão máxima. Entre gabinetes e corredores, deputados já chamam o movimento de “Noite das Facas Longas”.

O tabuleiro envolve ao menos seis mandatos. Carla Zambelli (PL-SP), Glauber Braga (PSOL-RJ), Marcelo Van Hattem (Novo-RS), Zé Trovão (PL-SC), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-SP) estão no alvo da Casa. Cada caso carrega motivação distinta, mas o pano de fundo é o acúmulo de pressões políticas, judiciais e internas sobre a Câmara depois do 8 de janeiro, do avanço das investigações e das fissuras na própria direita.

A ofensiva começou pela Comissão de Constituição e Justiça. Por 32 votos a 2, a CCJ aprovou a perda do mandato de Carla Zambelli. Condenada pelo Supremo Tribunal Federal a dez anos de prisão e à cassação, ela aguarda extradição na Itália. O relator Claudio Cajado (PP-BA) defendeu que não há como manter uma deputada presa no exercício da representação popular. O processo segue para votação nominal em plenário, exigindo 257 votos.

Glauber Braga também enfrenta risco real de degola. O plenário já iniciou a análise da representação que pede sua cassação por quebra de decoro, após decisão do Conselho de Ética. O caso remete ao episódio com Gabriel Costenaro, do MBL, e virou símbolo de disputa política e narrativa, com forte mobilização das bases do PSOL. A Casa avalia se houve abuso das prerrogativas parlamentares ou reação a perseguições e ofensas, como alega a defesa do deputado.

No entorno da Mesa Diretora, outros quatro nomes entraram no radar. Van Hattem, Zé Trovão, Eduardo Bolsonaro e Ramagem são citados por diferentes líderes como alvos potenciais de processos que podem ser desencadeados em sequência, caso a Câmara abra a porteira da punição coletiva. O cálculo envolve leitura institucional, pressões do STF, imagem pública e rearranjos internos da oposição.

Esse grupo de direita está no bico do corvo devido à ordem de prisão contra Alexandre Ramagem, às faltas reiteradas de Eduardo Bolsonaro e à invasão da Mesa Diretora por mais de 48 horas por Marcel Van Hattem e Zé Trovão, em agosto, episódio que paralisou trabalhos e gerou representação por quebra de decoro. Ou seja, eles podem entrar “na conta de Bolsonaro” perdendo os respectivos mandatos.

A fonte do Blog descreveu um ambiente de “caça às cabeças”, no qual cada decisão pode redefinir forças para 2026. Há quem veja tentativa de Hugo Motta de consolidar autoridade, blindar a instituição diante das crises e demonstrar que a Câmara não tolerará excessos. Outros interpretam como ajuste político cirúrgico, com impacto direto na reorganização da direita após a aprovação da anistia para Jair Bolsonaro (PL).

A votação de cada cassação será aberta, nominal e politicamente custosa. São 257 votos necessários, sem margem para vacilos. A disputa promete expor fissuras nos blocos partidários, medir musculatura do governo Lula (PT) e testar a resistência do bolsonarismo no parlamento.

O país observa uma sessão carregada de tensão democrática, com risco de ruptura interna e rearranjo imediato das forças políticas em Brasília. A Câmara decide seu próprio futuro, ciente de que qualquer gesto respingará na eleição de 2026.

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