Bolsonaro volta a atacar urnas eletrônicas e questionar sistema de votação; e agora, Lira?

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), havia garantido que a votação da PEC do Voto Impresso colocaria um fim às polêmicas acerca da lisura nas eleições, na terça-feira (10/08), com o reconhecimento do resultado no plenário pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Inconteste, por 304 votos a 133, o parlamento rejeitou o downgrade [volta à votação manual] no sistema de votação nas eleições.

Lira foi o fiador de Bolsonaro perante os deputados: “Em uma ligação telefônica, o presidente Bolsonaro me garantiu que respeitaria o resultado do plenário. E eu confio na palavra do presidente da República ao presidente da Câmara”.

Pois bem, na manhã desta quinta-feira (12/08), o presidente Jair Bolsonaro publicou vídeo com reportagem de Ricardo Boechat, morto em 2019, desancando as urnas eletrônicas e colocando em dúvida a lisura do processo eleitoral brasileiro. Na essência, o mandatário continua fazendo sua campanha para desacreditar o sistema de votação e, posteriormente, tumultuar o processo presidencial em 2022 não reconhecendo a vontade do eleitor nas urnas.

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“A imprensa de ontem e a de hoje”, comparou Bolsonaro. “Se lutar com liberdade é difícil, imagine sem ela”, ironizou em suas redes sociais.

Bolsonaro, de acordo com todos os institutos de pesquisa, não iria para o segundo turno nas eleições do ano que vem –se a disputa fosse hoje; o presidente corre o risco de perder já no primeiro turno para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dizem as sondagens.

E agora, Lira? Vai abrir o impeachment ou irá afrouxar a tanga?