Bolsonaro e generais iniciam cumprimento da pena por golpe

Blog do Esmael, direto de Brasília – O ex-presidente Jair Bolsonaro começa a cumprir a pena de 27 anos e 3 meses por liderar a trama golpista de 2022 e permanece preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, decisão consolidada pelo ministro Alexandre de Moraes (STF) na terça-feira, 25.nov.2025. A ordem também alcança generais e ex-ministros do núcleo duro da intentona, encerrando de vez o julgamento do caso.

Este blogueiro acompanhou in loco, no Congresso Nacional, a reação de parlamentares de direita. O clima era de resignação misturada com protestos tímidos. Deputados e senadores ainda repetiam chavões de perseguição, mas já sem convicção. O que se viu foi mais lamento do que indignação.

A avaliação comum nos corredores era de que a prisão de Bolsonaro não só interessava ao governo Lula, que vê estabilização institucional, como atendia aos anseios da Faria Lima, temerosa da instabilidade permanente produzida pelo bolsonarismo. Mais do que isso, a detenção interessa diretamente ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que surge no vácuo como potencial herdeiro da direita radical. Tema recorrente neste blog desde fevereiro de 2024, Tarcísio se movimenta para absorver, reorganizar e liderar o espólio político do seu ex-padrinho, agora inelegível e encarcerado.

Parlamentares experientes comentavam, reservadamente, que a direita entra em fase de “transição de comando”. A ausência forçada de Bolsonaro abriria a porta para a consolidação de Tarcísio como figura central da oposição ao presidente Lula.

Entre os presos estão Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, levados ao Comando Militar do Planalto, e o almirante Almir Garnier, recolhido à Estação Rádio da Marinha. O general Braga Netto cumpre pena na Vila Militar, no Rio de Janeiro. Anderson Torres foi enviado ao batalhão conhecido como Papudinha.

Bolsonaro permanece em sala de Estado-Maior na PF, um quarto de 12 m² com ar-condicionado, TV e banheiro privado. Moraes citou o precedente do presidente Lula, preso em condições similares na PF em Curitiba, para justificar a manutenção do ex-presidente em Brasília.

O ministro também determinou atendimento médico permanente e nova audiência de custódia. A defesa do ex-presidente preferiu não apresentar novos recursos, apesar da condenação definitiva. Advogados de outros réus insistiram em embargos que a Corte classifica como intempestivos.

Na outra ponta, as redes sociais registraram o hashtag “Brasil venceu”, celebrando o fechamento do ciclo judicial que responsabiliza o núcleo central do golpe.

A derrota jurídica do bolsonarismo completa a derrota política. E a direita, órfã do seu líder máximo, já busca outro nome. Em silêncio calculado, Tarcísio emerge como beneficiário direto da implosão do clã.

A prisão de Bolsonaro marca o capítulo mais contundente da reconstrução democrática desde 2016. O sistema político se reorganiza e a disputa pelo espólio da extrema direita é o próximo campo de batalha. O Blog do Esmael seguirá acompanhando os bastidores dessa metamorfose, que já redesenha 2026.

Continue acompanhando os bastidores da política e do poder pelo Blog do Esmael.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *