Alguns trabalhadores tiveram vitória diante da ofensiva neoliberal em 2021

Frentistas em postos de gasolina e estivadores estão entre as categorias que venceram os algozes da classe trabalhadora

Sabe o MBL (Movimento Brasil Livre) que o ex-juiz suspeito Sergio Moro (Podemos) começou um jogo de várzea pensando que está no Maracanã? Pois é, os frentistas –trabalhadores em posto de gasolina e lojas de conveniência– fizeram seu líder maior, o deputado Kim Kitaguiri (DEM-SP), recuar da emenda que criava o self-service e eliminaria até 500 mil empregos no País.

O presidente Sinpospetro (Sindicato dos Frentistas do Paraná), Lairson Sena, comemorou a preservação de 32 mil empregos no estado realizando o “Dia Nacional de Defesa do Emprego dos Frentistas” no último dia 8 de dezembro [clique para assistir ao vídeo].

O Sinpospetro aponta a variação cambial do dólar e a cotação internacional do petróleo como causas verdadeiras dos preços abusivos dos combustíveis. De acordo com o dirigente sindical, os derivados do petróleo –gasolina, diesel, etanol, gás de cozinha– são vendidos em moeda americana enquanto os trabalhadores brasileiros recebem em real. A política de paridade adotada pela Petrobras beneficia apenas aos sócios privados [fundo de investimentos].

“É preciso que a população saiba que a remuneração desses trabalhadores não chega a refletir 2% na composição dos preços dos combustíveis. É uma proposta absurda e inoportuna, em um momento em que o país supera mais de 15% da população desempregada”, repetiu Lairson Sena.

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Hoje todos os postos de combustíveis e derivados de petróleo são obrigados a treinar e qualificar seus funcionários com base nas Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, trazendo seguridade a toda a população. “Os serviços prestados pelos frentistas ainda contribuem para a manutenção dos veículos dos consumidores”, sustenta o presidente do Sinpospetro.

Economia

“A ameaça aos postos de trabalho acontece ainda em plena pandemia, considerando que a categoria é considerada essencial e ficou exposta na linha de frente, para manter em circulações viaturas policiais, de bombeiros, ambulâncias, caminhões, ônibus”, lamenta Lairson, que pede o apoio da sociedade e da frente política à causa dos frentistas –que é pelo emprego e pela segurança dos consumidores nos postos de combustíveis.

Além do Sinpostetro, cujo movimento forçou a retirada da emenda 18 à MP 1.063, outra categoria também fez bonito neste ano de 2021: os trabalhadores da estiva no Porto de Paranaguá e Antonina (Sindestiva). O presidente da entidade, Izaias Junior, esteve na linha de frente contra o Projeto de Lei 3.771/21, deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ), que retirava direitos dos trabalhadores portuários em geral, registrados e cadastrados legitimamente no OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra), trazendo possibilidade de contratação de trabalhador de fora do sistema legal –de maneira precarizada.

Após pressão dos TPAs (trabalhadores portuários avulsos), em Brasília, foram garantidos cerca de 40 mil empregos no País. As categorias ameaçavam deflagrar uma greve geral, caso o projeto do parlamentar fluminense prosperasse.

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De uma maneira geral, no refluxo da luta classista, os sindicatos e as centrais sindicais tiveram papel fundamental na resistência ao modelo econômico neoliberal. Poderia ter sido muito pior, se não houvesse a contraposição das organizações classistas e movimentos populares na denúncia do negacionismo do governo Jair Bolsonaro (PL).

Os trabalhadores foram atores importantes garantir o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), da vacinação universal e gratuita, e impedir as criminosas privatizações.

É em homenagem a esse espírito de luta que o Blog do Esmael deseja a todos e todas as trabalhadoras boas festas e feliz Ano Novo em 2022. Que a classe obreira volte ao poder no Brasil e reconquiste seus direitos criminosamente surrupiados pelo capital.