‘Bolsonaro vem aí, agora com o intestino solto’, diz equipe médica

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) poderá receber alta nos próximos dias, segundo boletim médico do hospital Vila Nova Star, divulgado neste sábado (17/7). O mandatário está internado em São Paulo desde quarta-feira (14/7) com quadro de obstrução intestinal.

“Conforme consta no Boletim Médico nº 6, o Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, continua evoluindo satisfatoriamente, apresentando melhora clínica e laboratorial. Durante o dia de hoje, será oferecida dieta cremosa não fermentativa e se continuar havendo boa aceitação, a equipe médica assistente decidirá pela alta nos próximos dias”, afirmou a equipe médica chefiada pelo cirurgião Antonio Luiz Macedo.

Na prática, o médico de confiança do presidente ameaçou dizendo que ‘Bolsonaro vem aí, agora com o intestino solto’.

De acordo com o hospital, a dieta cremosa oferecida ao presidente vai ser não fermentativa para não provocar gases.

A tendência é que o presidente Bolsonaro seja liberado ainda neste domingo (18/7). A alta médica coincide com o recesso no Senado, onde a CPI da Pandemia investiga indícios de corrupção na compra de vacina envolvendo pessoas próximas ao mandatário.

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Pazuello jura que não participou de negociação com intermediários para compra da vacina CoronaVac

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, jurou em nota de esclarecimento divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República ter negociado doses da vacina CoronaVac com intermediários de uma empresa de Santa Catarina.

Economia

Na (16/7), a divulgação de um vídeo obtido pela CPI da Covid e revelado pelo jornal “Folha de S.Paulo” mostra o ministro em um encontro, em 11 de março, com representantes da empresa World Brands, que ofereceu 30 milhões de doses da vacina CoronaVac a um preço de US$ 28 por dose.

No contrato com o Instituto Butantan para fornecimento da mesma vacina, o governo federal pagou US$ 10 por dose — o Butantan informou que é o representante exclusivo no Brasil da farmacêutica chinesa Sinovac, fabricante do imunizante, e responsável pelo uso da vacina no Brasil.

No vídeo, Pazuello afirma: “Nós estamos aqui reunidos no Ministério da Saúde, recebendo uma comitiva liderada pelo John. Uma comitiva que veio tratar da possibilidade de nós comprarmos 30 milhões de doses, numa compra direta com o governo chinês. E já abre também uma nova possibilidade de termos mais doses e mais laboratórios. Vamos tratar na semana que vem. Mas saímos daqui hoje já com memorando de entendimento assinado e com o compromisso do ministério de celebrar, no mais curto prazo, o contrato”.

Na nota divulgada na noite desta sexta-feira pela Secretaria de Comunicação, Pazuello afirma que a reunião foi uma “pré-sondagem” da proposta da World Brands.

“Ante a importância da temática, uma Equipe do Ministério da Saúde os atendeu e este então Ministro de Estado – que detém o papel institucional de representar o Ministério da Saúde – foi até a sala unicamente para cumprimentar os representantes da Empresa após o término da reunião”, diz o texto da nota.

Esse encontro do ministro com os empresários foi gravado em vídeo pela assessoria de comunicação do ministério para fins de “publicização dos atos e fatos da administração pública”, de acordo com a nota.

“Após a gravação, os empresários se despediram e, ato contínuo, fui informado que a proposta era completamente inidônea e não fidedigna. Imediatamente, determinei que não fosse elaborado o citado Memorando de Entendimentos – MoU – assim como que não fosse divulgado o vídeo realizado”, afirmou Pazuello, segundo o texto.

Em depoimento à CPI da Covid, em maio, o ex-ministro disse que não negociava diretamente a compra de vacinas. Na ocasião, ele tinha sido questionado pelos senadores se havia participado da negociação da Pfizer.

“Eu sou o dirigente máximo, eu sou o decisor. Eu não posso negociar com a empresa. Quem negocia com a empresa é o nível administrativo, não o ministro”, disse Pazuello à CPI