Os Estados Unidos deveriam concordar em receber água radioativa da usina nuclear japonesa de Fukushima se realmente acreditarem que é segura o suficiente para ser despejada no mar, sugeriu a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying.
Em dois tweets publicados na quarta-feira (14), a porta-voz reafirmou a oposição de seu país aos planos de despejar mais de um milhão de toneladas de água contaminada anunciados por Tóquio nesta semana.
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“O Japão e os EUA afirmam que o esgoto nuclear tratado da usina de Fukushima atende aos padrões internacionais de segurança e é até potável. Então, por que não apenas manter a água? Ou talvez enviá-la para os EUA?” Escreveu Hua, acompanhando o texto com de ilustrações de como os resíduos afetariam a água potável e a saúde humana.
#Japan and the #US claim that the treated nuclear waster water from the #Fukushima nuclear power plant is in accordance with international safety standards and even drinkable, then why don't they keep the water for themselves? or maybe ship it to the US? pic.twitter.com/qsSwJbufjF
— Hua Chunying 华春莹 (@SpokespersonCHN) April 14, 2021
No outro tweet, a porta-voz pediu uma avaliação internacional da segurança desse rejeito antes que alguém o consuma.
O governo japonês anunciou na segunda-feira (12) seus planos de despejar no mar mais de um milhão de toneladas de água contaminada que se acumularam em tanques após o terremoto e tsunami em março de 2011 danificarem seriamente a usina nuclear de Fukushima.
As obras devem começar em dois anos, enquanto todo o processo levaria décadas, segundo as projeções. O plano gerou polêmica na comunidade internacional, com críticas de países vizinhos, grupos ambientalistas e comunidades pesqueiras locais.
O Ministério das Relações Exteriores da China descreveu a decisão do Japão como “altamente irresponsável” e “inaceitável” porque foi tomada unilateralmente “antes de esgotar todas as rotas seguras” para o descarte de resíduos e “sem consulta completa aos países vizinhos e à comunidade internacional”.
Por sua vez, o Departamento de Estado dos EUA afirmou que o Japão “avaliou as opções e os efeitos, foi transparente em sua decisão e parece ter adotado uma abordagem de acordo com os padrões de segurança nuclear aceitos globalmente “.
Por RT
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.