O Greenpeace organizou um protesto nesta quinta-feira (10) em frente ao palácio do Eliseu para denunciar a “cumplicidade” da França e a “falta de ação do governo francês e o silêncio diante dos incêndios que destroem a Amazônia.”
Os militantes da organização ambiental colocaram um cartaz a poucos metros da sede do palácio do Eliseu, a sede da presidência francesa, com os dizeres: “Amazonie en feu, Macron toujours complice.” (Amazônia pega fogo, Macron continua sendo cúmplice”, em tradução livre).
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Em entrevista à rádio francesa France Info, Cécile Leuba, responsável de campanha do setor de florestas da ONG, explicou que a “França importa, todos os anos, milhares de toneladas de soja que vêm em parte do Brasil e da Amazônia, e é responsabilidade do governo se assegurar que essas importações não tenham contribuído para o desmatamento. ”
O Greenpeace critica principalmente o silêncio do governo francês e, particularmente, do presidente Emmanuel Macron. Este ano, denuncia a organização, “Macron não disse uma palavra sobre o assunto durante o verão.” No ano passado, o chefe de Estado francês qualificou a situação na Amazônia de “crise internacional”, denunciando a política do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que reagiu dizendo que a atitude de Macron era “colonialista. ”
Notre message est clair : @EmmanuelMacron doit mettre un terme aux importations ?? qui contribuent à la destruction de l'#Amazonie. Le soja que nous importons pour nourrir nos élevages détruit des écosystèmes précieux. Ça suffit.
Agissez avec nous : https://t.co/G9YLIo67NM pic.twitter.com/kFAB01lNrl— Greenpeace France (@greenpeacefr) September 10, 2020
Falta de garantias
Há duas semanas, diz o Greenpeace em um comunicado publicado em seu site, seus militantes se mobilizaram para pedir ao governo francês a adoção de medidas urgentes, que visam proibir a entrada no território de produtos que contribuam para o desmatamento, a destruição das florestas e dos ecossistemas naturais.
Os representantes se reuniram recentemente com a nova secretária de Estado para a Biodiversidade, Bérangère Alba, para discutir a questão. “Infelizmente não obtivemos nenhuma garantia por parte do governo, por isso organizamos a ação de hoje”, frisa Cécile Elba no comunicado divulgado pela ONG.
Por RFI
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.