Com queda de até 80% no turismo mundial, OMT vê pior crise ‘desde 1950’

O volume de turistas internacionais pode cair entre 60 e 80% em 2020, em consequência da pandemia de coronavírus e das restrições de movimentos em todo o planeta, anunciou nesta quinta-feira (7) a Organização Mundial do Turismo (OMT). Apenas no primeiro trimestre do ano, as chegadas de turistas internacionais caíram 22%, indica um comunicado da organização, que cita a “pior crise” desde o início de seus registros, em 1950.

A queda dos três primeiros meses representa no momento “67 milhões a menos de turistas internacionais”, ou seja, “80 bilhões de dólares em exportações perdidas”, afirma a agência da ONU com sede em Madri.

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A redução do turismo internacional nas Américas foi de 15,2% nos primeiros três meses do ano, após um mês de janeiro estável, fevereiro com alta de 3% e um mês de março com a queda de 465 das chegadas em ritmo anual.

Economia

Por sub-regiões, as chegadas caíram 13% no primeiro trimestre na América do Norte, 19% na América do Sul e 20% no Caribe.

No relatório publicado nesta quinta-feira (7), a OMT revisou drasticamente e reduziu uma projeção apresentada no fim de março, na qual previa uma queda do turismo internacional em 2020 de entre 20 e 30%.

Em 2019, 1,5 bilhão de turistas internacionais viajaram pelo globo, dado que representa um aumento de 4% na comparação com o ano anterior, de acordo com a OMT, que em janeiro esperava uma evolução similar para 2020.

“Golpe duro”
“O turismo recebeu um golpe duro. Milhões de postos de trabalho estão em perigo em um dos setores da economia que mais empregam mão de obra”, afirmou o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili. Somente em março, as chegadas de turistas internacionais em todo o mundo caíram 57%, aponta a OMT.

A agência elaborou três cenários para 2020, em função do momento de retirada das restrições de viagens que estão em vigor em praticamente todo o mundo.

As chegadas de turistas internacionais cairiam entre 60 e 80%, dependendo do momento do fim das restrições, em julho (primeiro cenário), setembro ou dezembro, o pior cenário.

“A demanda interna pode registrar uma recuperação antes da demanda internacional”, destaca a OMT, que cita uma pesquisa com analistas.

“A maioria espera começar a ver sinais de recuperação no último trimestre de 2020, mas sobretudo em 2021”, acrescenta a organização, antes de indicar que “os especialistas das Américas são os menos otimistas e estão menos dispostos a acreditar na recuperação em 2020”.

Por RFI