Lava Jato cogitou derrotar Requião e Gleisi com candidatura de Deltan

Alguém ainda tem dúvidas de que a Lava Jato é um partido político? Os procuradores da força-tarefa cogitaram derrotar “inimigos” políticos Roberto Requião (MDB) e Gleisi Hoffmann (PT) com a candidatura de Deltan Dallagnol.

Numa conversa no dia 14 de dezembro de 2016, publicada hoje pela Vaza Jato, o procurador Vladimir Aras incentivou o chefe da força-tarefa a se candidatar ao Senado.

“Você se elege fácil e impede um dos nossos inimigos no Senado”, escreveu Aras, que então arrematou: “Requião ou Gleise caem” (SIC).

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Vladimir Aras não é estranho a Deltan Dallagnol. Pelo contrário. O procurador-chefe da força-tarefa até fez lobby, com ministros do STF, para que o moço assumisse a Procuradoria-Geral da República (PGR), no lugar de Raquel Dodge.

A deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidenta nacional do PT, que não concorreu à reeleição no Senado, disse que Deltan achava que tinha “missão divina” de derrotar ela e Requião –que eram tratados como “inimigos” da Lava Jato. “Se alguém tinha alguma dúvida de que a Lava Jato tinha objetivos políticos, ela se dissipou”, reagiu a dirigente petista.

O ex-senador Roberto Requião, que não foi reeleito, ainda não se pronunciou sobre a revelação da Vaza Jato.

Leia as mensagens dos procuradores, que consideram Gleisi e Requião como inimigos a serem derrotados pela Lava Jato:

Se alguém tinha alguma dúvida de que a Lava Jato tinha objetivos políticos, ela se dissipou. The Intercept mostra que Deltan Dallagnol, chefe da Operação, não só planejava se candidatar ao Senado como achava ter uma missão divina. Eu e @requiaopmdb éramos tratados como inimigos. pic.twitter.com/osDfwBKdCY

— Gleisi Lula Hoffmann (@gleisi) September 3, 2019