Deltan fingiu apoio a colega enquanto articulava para si a PGR

O leitor do Blog do Esmael soube desde ontem que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, pediu para que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), nomeasse Deltan Dallagnol como procurador-geral da República (PGR). O capitão refugou. Nesta sexta-feira (16), veio à tona que Deltan fez lobby para um colega do MPF para o mesmo cargo.

Segundo reportagem do UOL, em parceria com o site The Intercept Brasil, Deltan também fez lobby pela indicação do subprocurador da República Vladimir Aras para o cargo de procurador-geral da República.

Em conversa pelo Telegram, em 21 de fevereiro, Deltan temia que sua atividade de lobista tornasse pública: “bom ficamros [sic] na sombra”, recomendou.

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O coordenador da força-tarefa teria se movimentado entre membros do governo Bolsonaro, Congresso Nacional e ao menos entre três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): Edson Fachin, Luiz Roberto Barroso e Luiz Fux. Os três são conhecidos como sendo da “Bancada do Deltan” na corte máxima.

Aras pediu ajuda de Deltan para furar a fila na sucessão da atual procuradora-geral Raquel Dodge, que também tenta recondução, embora ela não figure na listra tríplice da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

Vladimir Aras obteve 346 votos na consulta realizada entre os procuradores em junho passado, ficando em quinto lugar.

Papel do PGR no “jogo do bicho”, segundo a Constituição:

* comandar a estrutura administrativa do MPF;

* só o procurador-geral da República pode processar o presidente da República;

* Só o procurador-geral da República pode processar membros do Congresso Nacional;

* o procurador-geral da República atuar junto ao STF e arguir a inconstitucionalidade de leis, decretos e outras medidas legislativas ou o descumprimento de algum preceito constitucional; e

* a PGR pode criar e renovar o funcionamento de forças-tarefa, como a Lava Jato.