A geladeira do general Heleno

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, à Globonews, disse na noite desta quarta (22) que a posse de armas é um “direito do cidadão”, assim como ter uma televisão ou uma geladeira.

O militar defendia na entrevista a indefensável política do governo Jair Bolsonaro (PSL) segunda qual ‘um cidadão, uma arma de fogo’ a partir do decreto presidencial que ampliou o porte de armas no País.

A despeito de 14 governadores terem assinado documento contrário à liberação das armas de fogo, general Heleno comparou a aquisição de fuzis e pistolas a geladeira ou televisão.

LEIA TAMBÉM
Lideranças do PDT e PSB visitam Lula nesta quinta

“É um direito do cidadão como qualquer outro, como uma geladeira, como uma televisão, como um aparelho de som. É de acordo com a sua possibilidade, mas todo cidadão passa a ter o direito de ter uma arma”, afirmou o ministro, que foi questionado sobre o poder de compra do trabalhador médio que não teria dinheiro para adquirir o artefato.

A maioria dos governadores brasileiros quer a revogação total do decreto porque, como responsáveis pela segurança pública, acreditam que a violência vai aumentar nos estados com a liberação das armas de fogo.

Economia

A criação de milícias armadas no campo e na cidade, com a liberação da posse de armas de fogo, seria a institucionalização da vingança privada em detrimento do poder de polícia do Estado. Um retrocesso sem precedentes na história do Brasil.

O ministro Heleno reconheceu que a liberação da posse de arma de fogo é uma promessa de campanha de Bolsonaro, não uma política de segurança pública do governo.