Coluna do Ricardo Gomyde: O Paraná diante de uma encruzilhada histórica

Ricardo Gomyde, em sua coluna deste sábado, ressalta que o eleitor será confrontado amanhã, diante da urna, entre o avanço e o retrocesso; No Paraná, temos dados concretos para decidirmos o voto; fatores que mostram a causa do crescimento da nossa economia e que compõem um cenário contrastante com a defasagem da infraestrutura, decorrência da má-vontade dos governantes do Estado em se inserir na lógica federal de progresso social!, critica o colunista o governo Beto Richa (PSDB), ao destacar que o Paraná foi grandemente beneficiado pelo ciclo iniciado, no âmbito federal, nos anos 2000!; Podemos fazer do governo e dos representantes paranaenses no Congresso Nacional ativos jogadores de um time que vista, de verdade, a camisa do povo!, prega Gomyde; leia o texto e compartilhe.
Ricardo Gomyde, em sua coluna deste sábado, ressalta que o eleitor será confrontado amanhã, diante da urna, entre o avanço e o retrocesso; No Paraná, temos dados concretos para decidirmos o voto; fatores que mostram a causa do crescimento da nossa economia e que compõem um cenário contrastante com a defasagem da infraestrutura, decorrência da má-vontade dos governantes do Estado em se inserir na lógica federal de progresso social!, critica o colunista o governo Beto Richa (PSDB), ao destacar que o Paraná foi grandemente beneficiado pelo ciclo iniciado, no âmbito federal, nos anos 2000!; Podemos fazer do governo e dos representantes paranaenses no Congresso Nacional ativos jogadores de um time que vista, de verdade, a camisa do povo!, prega Gomyde; leia o texto e compartilhe.
Ricardo Gomyde*

Na democracia, sabemos, o povo é chamado, periodicamente, a dizer para qual direção o país deve seguir. Ao votar amanhã, portanto, cada eleitor brasileiro terá diante de si uma decisão crucial: avançar ou retroceder. Para avançar, ao apertar os botões da urna eletrônica o cidadão e a cidadã terão de levar em conta algumas questões básicas; a principal delas é querer, de verdade, que o desenvolvimento nacional continue. A engrenagem que gera um processo como esse é econômica, mas quem gira a ignição é um valor político coletivo.

No caso do Brasil, a partida foi acionada com sucesso em 2002, 2006 e 2010, e o resultado é uma nação bem mais desenvolvida, econômica e socialmente, do que a entregue pelos que até então governavam o país. Pela via política, pavimentada com desprendimento e visão estratégica, temos, mais uma vez, a grande chance de continuar ampliando a democracia também no aspecto econômico, consolidando a ideia do casamento da produção em massa com distribuição em massa.

Para fechar a equação, entretanto, o emprego e a renda !” as principais fontes desse progresso social !” devem ser valores muito bem avaliados ao tomarmos a decisão sobre em quem votar. No Paraná, temos dados concretos para decidirmos o voto; fatores que mostram a causa do crescimento da nossa economia e que compõem um cenário contrastante com a defasagem da infraestrutura, decorrência da má-vontade dos governantes do Estado em se inserir na lógica federal de progresso social.

Consumo per capita

Segundo números divulgados esta semana pela IPC Marketing Editora, especializada no cálculo de índices de potencial de consumo, o Paraná foi grandemente beneficiado pelo ciclo iniciado, no âmbito federal, nos anos 2000. Em 1999, o potencial de consumo total no Estado foi de cerca de R$ 40,6 bilhões; a estimativa para este ano é de que o paranaense gaste R$ 200,7 bilhões, um salto de mais de 440%, ou R$ 160,1 bilhões de diferença.

Economia

Nosso estado poderia ter aproveitado bem melhor esse cenário que se repete em todo o país, reflexo das políticas econômicas que olharam para a distribuição da renda e para a ampliação do consumo. O impacto de medidas para gerar emprego e renda !” como a valorização do Salário Mínimo e os programas sociais, como o Bolsa Família! e Minha Casa, Minha Vida”, para citar apenas alguns exemplos !” na expansão das classes que antes viviam à  margem do consumo é gigantesco.

Os brasileiros, atualmente, segundo os dados da Marketing Editora, consomem quase R$ 3,3 trilhões, ante os R$ 566 bilhões movimentados em 1999. De acordo com o levantamento, o consumo per capita da população residente nas áreas urbanas subiu de R$ 4,4 mil em 1999, para R$ 17,7 mil em 2014, o que representa uma variação de mais de 303%.

Manutenção do lar

No Paraná o potencial de consumo das classes B e C !” as mais beneficiadas pelas políticas do governo federal !” respondem por quase três quartos da capacidade de consumo no Estado (R$ 143 bilhões para este ano). A classe A, sozinha, responde por R$ 35,3 bilhões. As classes D e E colaboram com mais R$ 4,7 bilhões de expectativa de consumo, mesmo correspondendo a apenas 9,35% dos domicílios no Estado.

Segundo o levantamento, de longe a manutenção do lar é o que mais leva o paranaense a gastar. São R$ 43,6 bilhões de capacidade de gastos previstos para este ano. Em 1999 eram R$ 5,5 bilhões. O segundo item em que o paranaense mais gasta é alimentação no domicílio !” R$ 17,9 bilhões em 2014 contra R$ 6,7 bilhões em 1999. A manutenção do veículo próprio neste ano deve ficar em R$ 10,4 bilhões contra R$ 1,3 bilhão em 1999. Material de construção é outro que tem potencial de consumo importante para este ano, e chega a R$ 16,5 bilhões. Há 15 anos nem constou da relação.

Lembremos que, no começo dos anos 2000, de cada cinco pessoas duas só ganhavam o suficiente para comprar o básico !” e outras duas nem para isso ganhavam. Os 137 milhões de brasileiros que pertenciam à s classes C, D e E !” cerca de 81% da população, segundo classificação dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) !”, tinham renda mensal bruta que lhes impediam de ter qualquer poder de escolha nas decisões de consumo. Cerca de 65% dos viventes, com rendas irrisórias ou desempregados, não tinham nem conta corrente. Essa questão também encalacrava muitos empresários: vender para quem?

Trabalhador e produtor

O Paraná, portanto, tem diante si uma chance de ouro para alavancar o seu desenvolvimento, partindo dessa rica base formada pelo ciclo iniciado em 2003 no país. Podemos fazer do governo e dos representantes paranaenses no Congresso Nacional ativos jogadores de um time que vista, de verdade, a camisa do povo.

Do trabalhador ao empresário, temos a oportunidade de otimizar nossa economia, priorizando as demandas que ficaram esquecidas nesses anos em que o nosso Estado esteve em mãos dos que jogam contra os interesses populares. Se o trabalhador tem motivos para adotar essa lógica, o produtor não fica atrás !” pois seu lucro está cada vez mais atrelado ao poder de compra dos consumidores, bem como à  inclusão dos excluídos na ala economicamente ativa da sociedade.

O acesso ao consumo mínimo é um direito individual fundamental em uma sociedade democrática. A tentativa de instaurar aqui um Primeiro Mundo para poucos, como uma espécie de clube privado, talvez seja a mais perversa face da crise que o Brasil vem superando, estendendo a cidadania a todos os brasileiros. Um Estado indutor da economia, que parta da valorização dos direitos do povo e da aplicação de fortes políticas sociais, funcionaria como alavanca para a solução de muitas de nossas mazelas. Em resumo: os passos que darmos hoje é que definem o caminho para o futuro. Esse lema deve estar na cabeça de todos os cidadãos e cidadãs amanhã na hora do voto.

*Ricardo Gomyde, especialista em políticas de inclusão social, foi membro da Comissão Organizadora da Copa do Mundo no Brasil em 2014. Escreve nos sábados no Blog do Esmael.

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