Felizmente, para o senador Reguffe (sem partido-DF) uma mão não lava outra. Mas a maioria de parlamentares e ministros do Supremo acreditam que, sim, uma mão lava a outra e as duas [mãos] lavam a bunda.
O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, aquele que só pensa em aumento, preside o processo de golpe contra a presidente eleita Dilma Rousseff no Senado.
O Senado é quem autoriza esse reajuste “absurdo” para os ministros da Corte.
“É uma irresponsabilidade fiscal”, denunciou Reguffe ao puxar a orelha do Supremo em discurso nesta quinta (11).
Os interesses cruzados de senadores — 35 na lista da Odebrecht, segundo Requião — e a fome do Supremo por mais verbas desqualificam ambos para julgar e destituir uma mulher honesta da Presidência da República.
STF e Senado são sócios no golpe de Estado, portanto, falta alguém apontar o dedo para Lewandowski chamando-o à responsabilidade institucional — se é que ele pense em algo além de só “falar em aumento”, para usar a expressão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Abaixo, leia a matéria da Agência Senado:
Reguffe considera absurdo reajuste para ministros do Supremo
O senador Reguffe (sem partido-DF) informou que vai votar contra a proposta de reajuste para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a consequente elevação do teto salarial do setor público.
Em discurso no Plenário nesta quinta-feira (11), o parlamentar considerou a iniciativa prevista no PLC 27/2016 absurda e irresponsável, principalmente num momento de crise econômica.
— É muito fácil dar aumento, mas quem paga isso? Tem alguém que paga a conta. Não vou fazer essa bondade com o dinheiro do contribuinte brasileiro — anunciou.
Reguffe lembrou que o reajuste vai gerar um efeito cascata, elevando salários na magistratura, de outros ministros, conselheiros, parlamentares e servidores nos estados e na União. Por isso, disse que será contra a proposta, em nome dos mais de 800 mil eleitores que votaram nele.
— O aumento do teto constitucional neste momento é uma irresponsabilidade fiscal e não atende o interesse do contribuinte. Não é algo positivo e nem vai melhorar a vida do brasileiro neste momento — concluiu.
O PLC 27/2016 foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 3 de agosto e seguiu para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), antes de ir ao Plenário.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.