Veja por que Fux tem tudo para ser pior que Toffoli; íntegra do discurso de posse no STF

O discurso de Luiz Fux na presidência do STF, nesta quinta-feira (10), mostra que a Lei de Murphy impera na República. Essa máxima diz que se algo pode dar errado, dará, com certeza.

Dito isso, a impressão que ficou é que ‘In Fux we trust’ [em Fux nós confiamos, by Sérgio Moro] continuará com a mesma ladainha do combate à corrupção.

Fux comprovou que não consegue se libertar do fetiche do combate à corrupção e que poderá fazer uma gestão mais lavajatista, ou seja, mais ligada aos interesses do grupo político ligado ao procurador Deltan Dallagnol e ao ex-juiz Moro.

O deputado Ulysses Guimarães, certa feita perguntado se os eleitos para o Congresso eram piores que os anteriores, assim respondeu: “se essa legislatura é ruim, espere a próxima”. É isso que se pode esperar do novo presidente do Supremo, uma gestão pior que a de Dias Toffoli.

No Twitter, fiz um registro anterior sobre essa questão do fetiche de alguns setores das instituições brasileiras.

Quando a burguesia financeira e a mídia corporativa planejam tirar direitos e atacar a democracia elas sempre gritam: corrupção, corrupção, corrupção!

Economia

Elas distraem o público enquanto realizam o maior assalto aos cofres públicos com vultuosas retiradas.

A pandemia do novo coronavírus, por exemplo, foi um ambiente propício para o sistema financeiro lucrar alto com a providencial ajuda do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes.

No Brasil, hoje, prevalece a República dos Bancos. Quase todas as demais instituições estão subordinadas aos interesses econômicos dos banqueiros. Mas há resistência.

‘In Fux we trust’

Há um ano, o site The Intercept Brasil divulgava trecho de uma mensagem entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, ocorrida em 22 de abril de 2016.

Dallagnol encaminha para Moro mensagens que enviou para um grupo de procuradores da Lava Jato. Deltan relata uma conversa que teve com o ministro Fux, que teria dado apoio a Operação após uma “queda de braço” entre Moro e o também ministro do STF Teori Zavascki. Em resposta, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública comemora: “Excelente. In Fux We trust” (Em Fux nós confiamos).

CLIQUE AQUI PARA LER A ÍNTEGRA DO DISCURSO DE POSSE DE LUIZ FUX

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Adeus, Fachin

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda pedir que os processos relatados pelo ministro Edson Fachin, no STF, sejam transferidos na corte para Ricardo Lewandowski.

De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, da Folha, é norma que quando o relator é voto vencido, ele transfere o caso para o magistrado designado para lavrar o acórdão – no caso, o ministro Ricardo Lewandowski.

Há precedentes na tese. Isso já ocorreu em três oportunidades em que Fachin ficou do lado perdedor, como decisões que envolveram acesso à delação de Antonio Palocci.

A defesa de Lula vai argumentar que todos os processos correlatos que chegarem à corte a partir de agora sejam automaticamente relatados por Lewandowski.

A discussão do afastamento de Fachin ocorre em meio à operação da Lava Jato contra o advogado Cristiano Zanin Martins, adversário ferrenho da força-tarefa no Supremo e no Ministério Público Federal.

Zanin, por meio de nota, afirma que é alvo de retaliação da Lava Jato.

A temperatura subiu após o feriadão de 7 de Setembro, quando o ex-presidente Lula fez um pronunciamento à Nação em que se colocou “à disposição” do povo brasileiro para disputar 2022. Ou seja, a Lava Jato age como tendência de partido político governista.