UGT-PR arma virada estratégica e projeta 2026 em Foz

A União Geral dos Trabalhadores, seção Paraná, UGT-PR, realiza na sexta-feira 28 um encontro decisivo em Foz do Iguaçu, onde dirigentes de todas as regiões do Paraná se reúnem para reorganizar a estratégia sindical num Brasil sacudido por crises políticas, pressão sobre direitos sociais e disputas que já influenciam a eleição de 2026. O evento na tríplice fronteira e traz uma programação intensa, como revela o presidente da central sindical no estado, Manassés Oliveira.

A sensação entre sindicalistas é de que o movimento está entrando numa nova fase, na qual tecnologia, política e direitos trabalhistas se chocam com força. A presença do presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, e do vice Roberto Santiago evidencia o peso do encontro, tratado como um “ajuste de rota” num cenário em que a base trabalhadora cobra respostas e ação coordenada.

O primeiro grande momento acontece às 9h30. O diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, e este jornalista apresentam uma pesquisa nacional inédita que mergulha no humor do trabalhador: medo do desemprego, avaliação de líderes, expectativas para 2026 e percepção de risco em setores estratégicos. Nos bastidores, dirigentes apostam que os números vão expor fragilidades da direita após a prisão de do ex-presidente Jair Bolsonaro e ajustar cálculos do campo progressista.

A inteligência artificial entra no debate às 11h30. O pesquisador Álvaro César mostra que a IA já impacta negociações coletivas, rotinas produtivas e formas de controle dentro das empresas. A discussão gira em torno de um ponto-chave: ou o sindicalismo se apropria da tecnologia para ampliar poder e capacidade de mobilização, ou verá direitos sendo corroídos por algoritmos sem debate público. Participam Jhonatan Moura, do Siemaco-Guarulhos, e Lizandra Tadaieski, jornalista da UGT-PR.

Depois do almoço, às 14h15, a reforma administrativa volta ao centro do ringue. Servidores temem que o texto, se aprovado, desmonte estruturas essenciais do Estado, prejudicando milhões de brasileiros que dependem de saúde, educação e segurança públicas. Luiz Carlos Silva de Oliveira, Eduardo Sérgio Coelho, Rejane Soldani Sobreiro e Fábio Vinicius Molin destrincham o impacto direto nas carreiras e no atendimento à população. A leitura entre dirigentes é direta: se o tema voltar à pauta do Congresso, o enfrentamento será inevitável.

Às 15h30, entra em cena o debate mais sensível desde 2017: o custeio sindical. O professor e perito da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Sandro Lunard Nicoladeli, e o coordenador da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical (Conalis), Alberto Emiliano de Oliveira Neto, discutem caminhos jurídicos para garantir sustentabilidade das entidades sem ferir a liberdade de organização. É o ponto que mais mexe com líderes sindicais, já que envolve sobrevivência, estrutura e capacidade real de luta.

A programação segue às 17h com a participação das secretarias da UGT e encerra às 18h. O jantar das 19h30, no entanto, é onde o termômetro político costuma subir: conversas reservadas, alinhamento de estratégias regionais e projeções sobre alianças para 2026 devem dominar o ambiente.

O encontro em Foz acontece num momento em que o Brasil redefine rumos entre tecnologia acelerada, polarização dura e disputa feroz por direitos sociais. A UGT-PR chega à fronteira para reorganizar forças e sair com uma estratégia capaz de enfrentar um dos anos eleitorais mais decisivos desde a redemocratização.

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Paulo Rossi, Manassés Oliveira e Messias Obama são dirigentes da UGT no Paraná.

O Encontro Estadual da UGT-PR acontece na sexta-feira 28, no Eco Cataratas Hotel, em Foz do Iguaçu, com credenciamento às 7h30, abertura às 8h30, painéis durante todo o dia e jantar às 19h30. As inscrições são limitadas e mais informações podem ser obtidas pelos telefones (41) 3090-5600 e (41) 98449-4009, conforme a programação divulgada pela entidade

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