O presidente Donald Trump endureceu a ofensiva contra a Venezuela, mas o Blog do Esmael vai revelar por que esse movimento militar, com o maior porta-aviões dos Estados Unidos à beira do Caribe, abre um risco real de guerra e expõe a confusão estratégica dentro da própria Casa Branca.
A escalada começou com reuniões seguidas no Salão Oval. Trump analisou cenários de uso de Operações Especiais e ações diretas dentro do território venezuelano.
Entre assessores, reina a contradição.
Enquanto o presidente sugere já ter tomado uma decisão, mas sem revelar qual, conselheiros como Elliott Abrams, figura-chave da política externa no primeiro mandato, afirmam que “ou Trump vai ganhar ou Maduro vai ganhar”. É uma disputa de força, não de diplomacia.
A movimentação militar é inédita em décadas. O porta-aviões USS Gerald R. Ford, acompanhado de três destróieres com mísseis guiados, posicionou-se a uma distância que permite ataques rápidos contra qualquer alvo venezuelano.
Somados, são 15 mil militares dos EUA na região.
Esse passo elevou o alerta máximo das Forças Armadas comandadas por Nicolás Maduro, que os Estados Unidos e parte de seus aliados não reconhecem como presidente legítimo. O clima é de armas engatilhadas.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, selou a mudança de postura ao batizar a operação de “Lança do Sul”. Ele apresentou o objetivo como “remover narcoterroristas do hemisfério”, um enquadramento típico de intervenções militares.
No discurso, Washington trata o Caribe como sua “vizinhança natural”.
Essa narrativa reforça a doutrina intervencionista que historicamente marcou a política externa dos EUA na América Latina. Agora, com Trump de volta ao comando, o repertório bélico volta ao centro da mesa.
O presidente declarou no Air Force One que os EUA “fizeram muito progresso em impedir a entrada de drogas”, argumento usado para justificar pressão militar.
Nos bastidores, fontes diplomáticas avaliam que Trump pode estar usando o porta-aviões para forçar Maduro a recuar e oferecer algum tipo de concessão política.
Mas também admitem o risco real de erro de cálculo.
Caribe tensionado, tropas em prontidão e dois líderes que se sustentam na retórica de força criam um cenário imprevisível para todo o continente.
A ofensiva militar ocorre em um momento em que Trump enfrenta desgaste econômico interno, inflação alta e resistência de setores da burocracia estatal. Uma operação externa sempre funcionou, na história dos EUA, como ferramenta política de distração e reafirmação de autoridade.
Não é de somenos o fantasma do escândalo envolvendo Jeffrey Epstein, bilionário americano condenado por abuso sexual e figura próxima de Donald Trump, cuja sombra continua rondando a Casa Branca e alimentando tensões políticas sempre que o presidente estica a corda em crises internacionais.
Para a América do Sul, o movimento reacende fantasmas da doutrina Monroe, a velha ameaça de que Washington manda na região.
E coloca o Brasil diante do desafio diplomático de evitar que a crise desça a ladeira da violência.
O Blog do Esmael seguirá acompanhando cada passo dessa operação que pode redefinir o tabuleiro geopolítico no hemisfério.
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Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.






