Senado recebe pedido de impeachment de Moraes e crise se agrava

A oposição protocolou no Senado o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, após alcançar as 41 assinaturas exigidas pela Constituição. A ação é reação direta à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aprofunda a crise institucional entre Legislativo e Judiciário.

O último a aderir foi o senador Laércio Oliveira (PP-ES), completando a lista articulada por aliados do PL e por setores do centrão descontentes com decisões recentes do STF. Nos bastidores, a ofensiva foi turbinada pelo discurso de “perseguição judicial” à direita, com forte apelo à base bolsonarista.

Apesar do peso político, especialistas e parlamentares reconhecem que a chance de o impeachment prosperar é mínima. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já indicou que não pretende dar andamento ao processo, repetindo o padrão histórico: nunca um ministro da Suprema Corte foi afastado por decisão legislativa.

A pauta surge no mesmo momento em que avança a negociação da PEC das Prerrogativas, que restringe a prisão em flagrante de parlamentares a crimes inafiançáveis e transfere o foro privilegiado do STF para instâncias inferiores. Essas propostas, articuladas em paralelo, são vistas como blindagem contra decisões judiciais.

No campo político, a medida serve mais como demonstração de força da oposição do que como uma estratégia viável de afastamento. Para o centrão, a crise também funciona como moeda de troca para negociar cargos, emendas e alterações constitucionais que aumentem o poder do Congresso.

O episódio projeta efeitos para 2026, ao reposicionar senadores da oposição como protagonistas do embate com o STF, mobilizando eleitores de direita e pressionando a cúpula do Judiciário. A resposta de Alcolumbre e dos ministros do Supremo nas próximas semanas será determinante para medir até onde vai a escalada dessa tensão.

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