“Salgadinhos” são responsáveis por mais mortes que homicídios no Brasil, revela estudo

De acordo com as autoridades sanitárias, 45,5 mil pessoas foram assassinadas no País em 2019

De acordo com um estudo feito em parceria entre a Unifesp, Universidade de USP e Universidad de Santiago de Chile, os alimentos ultraprocessados, os populares “salgadinhos”, são responsáveis por milhares de mortes por ano no Brasil.

Esses produtos passaram por maior processamento industrial e contêm substâncias sintetizadas em laboratório como corantes, conservantes e aromatizantes.

Segundo o estudo, em 2019, esses alimentos foram responsáveis pela morte de 57 mil pessoas no Brasil, número superior ao de homicídios registrados no mesmo ano. De acordo com as autoridades sanitárias, 45,5 mil pessoas foram assassinadas no País no ano pesquisado.

Os especialistas apontam que o país concede uma série de subsídios que barateiam produtos industrializados, como salsicha, macarrão instantâneo e refrigerante, enquanto dá pouco apoio à produção de frutas e legumes, principalmente de pequenos produtores.

Em abril de 2022, por exemplo, o antigo governo do ex-presidente Bolsonaro zerou o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para extratos e concentrados usados na produção de refrigerantes.

Economia

No entanto, a atuação do poder público é vista como a principal saída para melhorar a qualidade da alimentação dos brasileiros.

Em resposta ao aumento das taxas de obesidade e sobrepeso no Brasil, o Ministério da Saúde afirma incentivar hábitos alimentares saudáveis ​​por meio do Guia Alimentar para a População Brasileira, que promove o consumo de alimentos minimamente processados ​​ou in natura alimentos ultraprocessados. Além disso, o ministério afirma que subsidiam políticas, programas e ações que promovam a segurança nutricional e alimentar da população e visem combater a obesidade infantil por meio de estratégias de comunicação e capacitação de profissionais de saúde e educação.

O Guia Alimentar classifica os alimentos em quatro categorias, de acordo com o seu nível de processamento, e é considerado inovador na promoção da alimentação saudável e da sustentabilidade. No entanto, o ministério não se pronunciou sobre os recentes aumentos nas taxas de obesidade e pede mais incentivos fiscais e políticas que priorizem a produção e a publicidade de alimentos nutritivos.

Estudos recentes mostram que o consumo de alimentos in natura no Brasil tem diminuído enquanto o consumo de alimentos processados ​​e ultraprocessados ​​tem aumentado significativamente. Isso levou a maiores custos de saúde para o tratamento de doenças relacionadas à obesidade.

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