Muitos foliões saem na avenida do samba e participam de blocos em todo o país, nesse período, sem saber ao certo qual a origem da festa mais pagã que existe no mundo. Abaixo, o Blog do Esmael faz um breve histórico sobre o surgimento dessa contagiante festa popular do “Rei Momo”.

O Carnaval é uma das maiores festas populares do Brasil, com uma história rica e complexa que remonta a séculos atrás. Embora haja muitas variações e tradições em todo o país, a forma moderna do Carnaval brasileiro é uma combinação de elementos culturais de diversas fontes, incluindo as celebrações europeias de carnaval e as tradições africanas trazidas pelos escravos durante a colonização do Brasil.

No início do século XVII, o Carnaval no Brasil era um evento exclusivamente aristocrático, com desfiles de carruagens e mascarados que imitavam as cortes europeias. Com o tempo, a celebração se espalhou para a população em geral, com a participação de todos os estratos sociais.

No final do século XIX e início do XX, surgiram as primeiras escolas de samba, que se tornariam a base do Carnaval moderno. Essas escolas eram compostas principalmente por membros da comunidade afro-brasileira, que traziam suas tradições e costumes para a festa. Com o tempo, a música, a dança, as fantasias e os desfiles das escolas de samba se tornaram a marca registrada do Carnaval brasileiro.

Hoje, o Carnaval é celebrado em todo o Brasil, com destaque para as festas em cidades como Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. As escolas de samba competem em desfiles elaborados, com centenas ou mesmo milhares de participantes, e os foliões se vestem com fantasias coloridas, dançam e cantam ao som de músicas animadas. O Carnaval é um momento de alegria e celebração, que reflete a diversidade e a riqueza cultural do Brasil.

Sobre o Carnaval no mundo

A origem exata do Carnaval é incerta, mas acredita-se que tenha se desenvolvido a partir de festivais pagãos antigos que celebravam a chegada da primavera e o fim do inverno. Essas festividades eram comuns em diversas culturas ao redor do mundo, incluindo a Grécia Antiga, Roma e Egito.

No século XI, a Igreja Católica passou a reconhecer oficialmente o período que antecede a Quaresma como um tempo de celebração, e as festividades pré-quaresmais se tornaram conhecidas como Carnaval. A palavra “Carnaval” vem do latim “carne vale”, que significa “adeus à carne”, em referência ao período de abstinência que se segue durante a Quaresma.

Durante a Idade Média, o Carnaval se tornou uma tradição popular na Europa, com desfiles, bailes e festas nas ruas que duravam vários dias. Com a colonização europeia das Américas, o Carnaval se espalhou pelo continente e se fundiu com as tradições culturais locais, especialmente as tradições africanas trazidas pelos escravos.

Hoje em dia, o Carnaval é celebrado em todo o mundo, com muitas variações e tradições culturais únicas em cada país e região. Em alguns lugares, as festividades são mais focadas em desfiles e apresentações de rua, enquanto em outros lugares, as festas são mais privadas, realizadas em clubes e casas de festas. Mas, em geral, o Carnaval é uma celebração de alegria e exuberância, com música, dança, fantasias e muita diversão.

Carnaval é uma festa pagã

O Carnaval é considerado uma festa pagã porque suas origens remontam a celebrações pré-cristãs que celebravam a chegada da primavera e o fim do inverno, bem como a fertilidade e a renovação da natureza. Essas celebrações eram comuns em diversas culturas antigas, incluindo as culturas grega, romana e egípcia.

Com a chegada do Cristianismo, a Igreja Católica passou a reconhecer oficialmente o período que antecede a Quaresma como um tempo de celebração. O Carnaval então se tornou uma festa cristã, mas manteve muitos dos elementos das celebrações pagãs, incluindo o uso de máscaras e fantasias, a música e a dança.

No entanto, a festa também se desenvolveu de forma diferente em diferentes partes do mundo, adquirindo características culturais específicas em cada região. No Brasil, por exemplo, o Carnaval se misturou com as tradições africanas trazidas pelos escravos, dando origem a um estilo único de celebração que inclui desfiles de escolas de samba, fantasias coloridas e muito samba e percussão.

Apesar de suas raízes pagãs, o Carnaval é hoje amplamente celebrado em todo o mundo, incluindo em muitos países predominantemente cristãos. É uma celebração de alegria, música e dança, e muitas pessoas de todas as religiões e culturas participam e apreciam a festa.

Afinal, o que é pagão ou paganismo?

A palavra “pagão” é frequentemente usada para se referir a uma pessoa que pratica uma religião politeísta, que acredita em mais de um deus ou deusa. Originalmente, o termo era usado pelos cristãos para se referir a qualquer pessoa que não fosse cristã, mas com o tempo acabou sendo associado principalmente com as religiões politeístas.

Hoje em dia, algumas pessoas que praticam religiões neopagãs, como a Wicca ou o neodruidismo, podem se identificar como pagãs. No entanto, nem todas as religiões politeístas são consideradas pagãs, e muitas pessoas acham o termo ofensivo por sua conotação negativa histórica.

Quem é o “Rei Moro” na fila do pão?

O Rei Momo é um personagem que se tornou símbolo do Carnaval brasileiro. Ele é uma figura folclórica, representando a alegria, a diversão e a irreverência da festa. Segundo a tradição, o Rei Momo é escolhido a cada ano, sendo eleito por meio de um concurso que avalia sua simpatia, sua habilidade em dançar e cantar e, acima de tudo, sua capacidade de liderar e animar os foliões.

A origem do nome “Momo” vem da mitologia grega. Momo era o deus da sátira e da ironia, sendo conhecido por sua personalidade zombeteira e irreverente. O personagem foi incorporado à tradição do Carnaval brasileiro no início do século XX, e desde então tem sido um símbolo importante da festa.

Ao longo dos anos, o papel do Rei Momo no Carnaval brasileiro evoluiu. Hoje, ele é considerado uma espécie de “anfitrião” da festa, encarregado de liderar os desfiles das escolas de samba, comandar os blocos de rua e animar os foliões com suas brincadeiras e piadas. O cargo de Rei Momo é visto como uma honra, e muitos homens e mulheres competem anualmente para assumir a posição.

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Esmael Morais

Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.