Na noite de domingo (11/2), por volta das 21h no horário do Pacífico (21 horário de Brasília), um incidente chocante ocorreu nas movimentadas ruas de São Francisco, mais precisamente na Chinatown, nos Estados Unidos. Um táxi autônomo da Waymo, operando sem motorista, foi alvo de uma multidão enfurecida que, de maneira surpreendente, o cercou, atacou e incendiou. O veículo, um Jaguar elétrico totalmente autônomo, estava vazio no momento do ataque, sem passageiros a bordo.
O ataque começou de maneira abrupta, com um indivíduo pulando no capô do táxi Waymo, quebrando o para-brisa e gerando uma reação efusiva por parte dos espectadores. A situação escalou rapidamente, com a multidão cobrindo o carro com tinta spray, quebrando suas janelas e, finalmente, colocando-o em chamas. O corpo de bombeiros chegou ao local minutos depois, mas infelizmente, as chamas já haviam consumido completamente o veículo.
A representante da Waymo, Sandy Karp, informou que o carro autônomo não transportava nenhum passageiro no momento do ataque. Segundo ela, fogos de artifício foram lançados dentro do veículo, iniciando o incêndio. O oficial de informação pública Robert Rueca, do departamento de polícia de São Francisco, confirmou que a polícia respondeu ao incidente por volta das 20h50 no horário do Pacífico, encontrando o veículo já em chamas. Felizmente, não houve relatos de feridos.
Um vídeo divulgado pelo canal FriscoLive415 no YouTube mostra a carcaça queimada do Waymo Jaguar elétrico, proporcionando uma visão impactante do ocorrido. Outros vídeos postados por Michael Vendi, desenvolvedor de software, oferecem uma perspectiva detalhada da cena enquanto o fogo se intensificava.
O contexto desse ataque se desenrola em meio a uma crescente tensão entre os residentes de São Francisco e os operadores de veículos autônomos. O Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia suspendeu as operações do robotáxi Cruise, rival da Waymo, após um acidente no ano passado. Táxis autônomos já causaram tumulto na cidade, bloqueando o tráfego e até colidindo com um caminhão de bombeiros. Na semana passada, outro carro Waymo atropelou um ciclista, agravando ainda mais a situação.
Autoridades municipais e residentes expressaram oposição à concessão de licenças para a operação 24 horas por dia, 7 dias por semana, desses veículos autônomos. Protestos ocorreram, incluindo a colocação de cones laranja no capô dos carros como forma de imobilização.
O vandalismo e a desfiguração emergem como partes intrínsecas da interação humana, evidenciadas em lugares como os vagões do metrô em Nova York ou nas antigas muralhas de Pompéia. As empresas de tecnologia enfrentam desafios ao implantar seus equipamentos publicamente, sujeitos a atos impensados, como jogar motos em lagos, atropelar carros autônomos ou destruir bicicletas compartilhadas sem estação.
Este incidente destaca a vulnerabilidade dos veículos autônomos diante de uma sociedade que ainda assimila a presença crescente dessa tecnologia. A Waymo e outras empresas enfrentam não apenas desafios técnicos, mas também a necessidade de construir confiança e compreensão por parte do público em relação à autonomia veicular.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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