Relação PT-PMDB não muda com queda de Novais, diz Falcão

Rui Falcão.
Da Folha se São Paulo

O presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta quinta-feira (15) no Rio que a queda de mais um ministro do PMDB –o terceiro–não muda a relação do partido com o PT nem deve alterar a forma como é composto o governo.

Com a declaração, Falcão referenda a escolha de Gastão Vieira (PMDB-MA) para substituir o correligionário demitido, Pedro Novais, no Turismo.

Falcão ressaltou que num governo de coalizão, como o do PT, fortalecido principalmente pelo PMDB, é natural que se cumpram alguns “requisitos como fidelidade ao programa de governo, idoneidade e aptidão”.

“O estranho seria o PT ser detentor de todos os ministérios. Em governos de coalizão, em todos os países, quem ajuda a governar participa do governo. Isso é natural em todas as democracias”, disse Falcão.

Questionado se o PMDB deveria ser pressionado para refinar os critérios de indicação de futuros ministros, Falcão discordou.

Economia

“Os ministros que foram empossados todos tinham ficha limpa. Os fatos que suscitaram suas demissões foram fatos supervenientes à  posse. Então, eu não posso prever o que pode acontecer com qualquer ministro que hoje esteja integrando o nosso governo, seja do PMDB ou de outro partido.”

A situação de Novais ficou insustentável no Planalto e dentro de seu próprio partido depois de duas revelações da Folha: a de que ele pagou com dinheiro público o salário de sua governanta por sete anos e a de que sua mulher usa irregularmente um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular.

O presidente do PT disse ver “com naturalidade” a queda de mais um ministro –o quinto– em menos de nove meses de governo.

“Eu vi com naturalidade porque a nossa presidenta já esclarecera várias vezes que toda vez que houver algum tipo de denúncia envolvendo questões éticas ou referentes à  utilização de recursos públicos, ela partindo da presunção de inocência quer ouvir primeiro o acusado, no caso o ministro. Como ele não tinha condições de sustentar uma defesa compatível com a denúncia que fora feita, apresentou sua demissão e ela foi aceita.”

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