Rui Costa e Jaques Wagner lideram para o Senado na Bahia e podem entregar duas vagas a Lula em 2026
A nova pesquisa da Paraná Pesquisas no estado da Bahia mostra um cenário inédito, e promissor, para o PT em 2026: Rui Costa e Jaques Wagner lideram com folga a disputa pelas duas vagas ao Senado. A hegemonia petista pode dar ao presidente Lula exatamente o que ele vem cobrando da base aliada nos bastidores: maioria no Senado para destravar sua agenda e barrar a extrema direita.
No levantamento estimulado, o ministro da Casa Civil Rui Costa aparece com 45,7% e o senador Jaques Wagner com 35,7% das intenções de voto, numa consulta em que cada eleitor pôde indicar dois nomes. O cenário coloca os dois petistas muito à frente de seus adversários, como João Roma (24,6%), Márcio Marinho (8,9%) e Adolfo Viana (7,3%).
A pesquisa, realizada entre os dias 25 e 29 de julho com 1.620 eleitores baianos, reforça que a dobradinha Rui-Wagner tem capilaridade em todos os estratos sociais, faixas etárias e níveis de escolaridade.
ACM Neto segue na frente para o governo, mas virou freguês
Na disputa pelo Palácio de Ondina, ACM Neto (União Brasil) ainda aparece na frente, com 53,5% contra 28,1% do atual governador Jerônimo Rodrigues (PT), no cenário estimulado. No entanto, a vantagem é estática em relação ao levantamento anterior, feito em março, o que indica que o ex-prefeito de Salvador pode já ter atingido seu teto.
Jerônimo, por sua vez, tem um dado relevante: sua aprovação supera sua intenção de voto. Enquanto 44,9% dos baianos aprovam sua gestão, apenas 28,1% declaram voto nele, o que mostra uma gordura política considerável para ser queimada até outubro de 2026. Ou seja, a curva de crescimento está mais nas mãos do governador do que do adversário.
Mais ainda: no eventual segundo turno, Jerônimo reduz a diferença e registra 30,8%, contra 59,4% de ACM Neto. Para um nome que venceu o próprio ACM em 2022 e governa com máquina estadual e apoio federal, não se pode descartar uma virada.
Petismo resiliente e alinhado com Lula
A possível conquista das duas cadeiras baianas no Senado pode ser simbólica. Lula já disse, e repetiu, que o Senado é estratégico para barrar sabotagens do centrão, viabilizar reformas e sustentar o STF contra ataques extremistas. Com Rui e Wagner, o presidente teria não apenas votos, mas lealdade no coração do Nordeste.
Vale lembrar que, em 2022, a Bahia já deu uma das maiores votações para Lula no segundo turno. Agora, pode ser a vez de o estado entregar também poder institucional duradouro, com dois senadores alinhados ao Planalto por oito anos.
Se o cenário se confirmar, não apenas os petistas saem fortalecidos, mas também o próprio projeto lulista de governabilidade no pós-2026. O aviso está dado: o PT baiano afia as armas e pode repetir 2022 com gosto de revanche ampliada.
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Aqui está a íntegra da pesquisa da Paraná Pesquisas na Bahia
Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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