O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios, tirou as dúvidas dos ouvintes em entrevista ao programa A Voz do Brasil desta terça (4)
As provas objetivas e a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025. ocorrem nos dias 9 e 16 de novembro, em 1.804 municípios brasileiros. Em Belém, Ananindeua e Marituba (PA), o Enem 2025 será aplicado nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro, devido à realização da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), de 10 a 21 de novembro.
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Os participantes fazem provas de quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias que, ao todo, somam 180 questões objetivas. Eles também são avaliados por meio de uma redação, que exige o desenvolvimento de um texto dissertativo-argumentativo.
Tenho certeza que esse ano o tema da redação vai ser um grande sucesso e vai agradar a todos, né? E certamente obrigará cada um que participa do Enem a pensar em bons argumentos e a pensar numa discussão bem rica sobre os problemas levantados com o tema da redação”, afirmou o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios, em entrevista à Voz do Brasil desta terça-feira (4/11).
O presidente do Inep tirou dúvidas dos ouvintes sobre o exame e falou sobre os recursos que estarão disponíveis para os estudantes durante as provas. “Nós temos no ato da inscrição, no formulário de inscrição, a possibilidade do participante indicar qual é a necessidade que ele tem para a participação. Então, há uma lista de mais de uma dezena de recursos que são colocados à disposição do participante. Uma vez inscrito no Enem e assinalada, qual é o recurso de que o participante necessita, ele tem acesso”, explicou Palacios.
Pode ser uma prova em braile, pode ser uma prova ampliada, pode ser até mesmo a necessidade de amamentar seu filho. Muitos recursos são colocados à disposição de todos os participantes. Repito, o Enem é, em matéria de acessibilidade, o que há de melhor, eu diria que muito além do Brasil, em quase o mundo inteiro”, completou o presidente do Inep.
O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Ao longo de mais de duas décadas de existência, o Enem tornou-se a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
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Leia a entrevista completa e tire suas dúvidas sobre o Enem 2025:
Presidente, serão dois dias de prova, 9 e 16 de novembro, com 90 questões de múltipla escolha em cada um dos dois dias. A estudante Raiane Monteiro, de 22 anos, tem dúvidas sobre a escolha, os pesos e a definição dos gabaritos dessas questões. Vamos ouvir?
Minha dúvida é referente a como é que eles formulam as questões. Como é que eles decidem qual questão é fácil, qual é a média, qual questão vale mais. Quem faz essas questões? Quem é que testa se a questão está certinha ou não? E como é que acontece a anulação das questões?
Olha, de fato, o Enem é uma prova grande, né? São 180 questões de múltipla escolha e mais uma redação. Dá muito trabalho para fazer, mas também dá muito trabalho para elaborar. Nós temos equipes em todas as áreas do conhecimento que elaboram as provas.
E como as provas têm por referência o currículo e uma matriz curricular que é a base do Enem, o que nós temos são questões que vão desde habilidades e conhecimentos mais básicos até tarefas mais difíceis. Então, há uma distribuição das questões do Enem entre uma grande variedade de dificuldades para que a gente consiga produzir uma boa medida do desempenho, dos conhecimentos e habilidades desenvolvidos pelo estudante e para aquele que está já há algum tempo participando do Enem para qualquer um candidato a ingresso na educação superior.
Bom, são 90 questões em cada um dos dias, mas no primeiro dia tem a redação, né? Que costuma gerar uma certa ansiedade, porque pode alavancar a nota dos estudantes ou, por outro lado, eliminar. É sobre isso a dúvida da estudante Mariana Vasconcelos, de 18 anos. Vamos ouvir.
Eu gostaria de saber como é decidido o tema da redação do Enem.
Olha, da mesma forma que as questões, nós temos especialistas que se reúnem e procuram destacar um tema contemporâneo, relevante, que permita um desenvolvimento da redação em bases argumentativas, ou seja, a redação tem que dizer, o estudante tem que desenvolver um argumento, defender um ponto de vista a partir de uma questão suscitada pelo tema da redação. E eu tenho certeza que esse ano o tema da redação também vai ser um grande sucesso e vai agradar a todos, né? E certamente obrigará cada um que participa do Enem a pensar em bons argumentos e a pensar numa discussão bem rica sobre os problemas levantados com o tema da redação.
E, presidente, sobre a redação, uma dica que a cartilha do participante traz é evitar o uso do chamado repertório de bolso, que são citações prontas, genéricas, né? Esse recurso pouco aprofunda os assuntos e leva à fuga de temas. E eu queria que o senhor trouxesse alguns exemplos sobre isso e esclarecesse a dúvida da professora de redação, Gabriela Prado. Vamos ouvir?
Muitos alunos me questionaram em sala de aula sobre a questão do uso da Constituição. Nós ficamos com aquela dúvida, né? A Constituição, ela entra como repertório de bolso, embora ela seja a nossa lei maior?
O que se procura orientar com a questão do repertório de bolso é porque, muitas vezes, há frases feitas, argumentos construídos previamente que vão sendo encadeados numa redação com uma conexão precária, distante do tema que está sendo proposto para o candidato.
Então, a recomendação é que não haja obstáculo ao usar qualquer citação, desde que ela se encaixe bem no desenvolvimento do argumento. Então, a citação, por si mesma, não coloca o argumento de pé. Ela serve para reforçar um argumento que o participante quer desenvolver, quer apresentar ao leitor.
Então, se a citação da Constituição se encaixa bem no desenvolvimento do argumento, ela vem com perfeição, não há problema algum. Agora, uma sequência de citações que não conseguem levar à frente uma discussão sobre o tema, é claro que ela acaba sendo penalizada. As citações podem estar muito bem escritas, mas elas não contribuem para a apresentação de um argumento.
E é isso que é importante. Você tem que ler o seu texto e achar que está convincente, está um bom argumento, estou realmente conseguindo apresentar o meu ponto e trouxe alguma contribuição externa, que pode ser a citação. E a Constituição é uma citação maravilhosa, se ela entrar bem no argumento.
Presidente, alguns estudantes vão utilizar a prova do Enem para obter a certificação de conclusão do Ensino Médio. É o caso do candidato Marcos Paulo dos Santos, Lisboa, de 37 anos, que tem uma dúvida sobre esse assunto.
Minha dúvida é como é que faz a contagem para a certificação do Ensino Médio pelo Enem? Como é que funcionam tanto os pontos da redação em cada área?
Olha, a certificação foi introduzida agora, reintroduzida, e para o participante se certificar da conclusão do Ensino Médio, ele precisa ter 450 pontos em cada uma das provas e 500 pontos na redação.
Com essa pontuação, ele recebe o resultado do Enem e pode ir a uma Secretaria de Educação que tem convênio conosco ou a um dos institutos federais que está trabalhando para a entrega do certificado de conclusão do Ensino Médio e obter esse certificado. E tem um ponto importante que eu queria citar, que esse ano, com a certificação, podemos ter o participante que está buscando a certificação também participando do SISU para entrar em um curso superior. Então, com o documento produzido pelo INEP e um protocolo em um dos institutos federais, você pode também, ainda sem ter o diploma, porque ele sempre demora um pouquinho, já produzir o necessário para uma matrícula no curso superior, se você tiver sucesso no Enem.
Então, o Enem, para quem está se certificando, serve para duas coisas, para concluir o Ensino Médio e ingressar na Educação Superior. É bom aproveitar.
Presidente, o Ministério também lançou uma ferramenta para apoiar os estudantes na preparação para o exame, que ainda agora, nessa reta final, pode ser um aliado importante. A dúvida é da estudante Mayara Yasmin Ramos.
Minha dúvida é sobre como funciona a prova do Enem para pessoas com deficiência, tipo deficiência auditiva, deficiência visual.
Essa aí foi a Maria Stephanie Freire, que perguntou sobre acessibilidade. A gente vai ouvir a Mayara Yasmin Ramos agora.
Gostaria de saber como é que está sendo o funcionamento do aplicativo. Que lançaram o aplicativo novo, né, MEC Enem.
Eu queria saber como é que está funcionando, como é que entra. O senhor pode falar então um pouquinho sobre a acessibilidade e também sobre esse aplicativo do Enem?
Perfeito. O Enem, eu costumo dizer que é um dos exames no mundo inteiro com maior preocupação para garantir acessibilidade a todos e condições especiais para aqueles que necessitam condições especiais para participação no exame.
Nós temos no ato da inscrição, no formulário de inscrição, a possibilidade do participante indicar qual é a necessidade que ele tem para a participação. Então, há uma lista de mais de uma dezena de recursos que são colocados à disposição do participante. Uma vez inscrito no Enem e assinalada, qual é o recurso de que o participante necessita, ele tem acesso.
Pode ser uma prova em braile, pode ser uma prova ampliada, pode ser até mesmo a necessidade de amamentar uma criança com o seu filho, né, que está em fase de amamentação e ele tem que assinalar o que é que ele precisa para fazer. Muitos recursos são colocados à disposição de todos os participantes. Repito, o Enem é, em matéria de acessibilidade, o que há de melhor, eu diria que muito além do Brasil, em quase o mundo inteiro.
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