Papuda pronta para Bolsonaro, diz equipe de Moraes

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está mais perto da Papuda. Fontes do sistema penitenciário do Distrito Federal confirmaram que a chefe de gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF, vistoriou áreas do complexo prisional onde o condenado por tentativa de golpe pode cumprir pena. A ala Fox do PDF 1, destinada a presos vulneráveis, passou por avaliação. A visita acendeu o sinal de alerta no governo do DF e no bolsonarismo. Tic-tac.

A movimentação ocorreu enquanto o Supremo julga recursos dos condenados pelo ataque à democracia em 2022. O processo deve terminar até dezembro, quando terá início o cumprimento das penas. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses por liderar a trama golpista. É o primeiro ex-presidente brasileiro punido por crime de golpe de Estado.

A enviada de Moraes esteve com a juíza Leila Cury, titular da Vara de Execuções Penais do DF. A inspeção focou o bloco Fox, que abriga presos com necessidades especiais e tem segurança reforçada. Ali ficaram Luiz Estevão e Geddel Vieira Lima. Policiais penais confirmam preparativos, como a troca de vasos sanitários.

A defesa de Bolsonaro insiste em prisão domiciliar, alegando problemas de saúde. O secretário penitenciário do DF pediu que o ex-mandatário passe por avaliação médica antes de eventual transferência. O Comando Militar do Planalto foi descartado por risco de aglomeração de apoiadores em área do Exército. A PF prepara sala improvisada como alternativa.

O STF também avalia onde cumprir pena outros condenados, como o ex-almirante Almir Garnier, os generais Braga Netto e Paulo Sérgio, o ex-ministro Augusto Heleno, o ex-ministro Anderson Torres e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), além de Mauro Cid. O núcleo golpista aguarda o fim do julgamento virtual marcado para iniciar nesta sexta (7).

Enquanto isso, o PL pressiona a Câmara para votar projeto que reduz penas do 8 de janeiro. O texto relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP) virou barganha no centrão e tenta abrir caminho para uma anistia branca. Arthur Lira costurou acordo durante ocupação de plenários por bolsonaristas, mas o sucessor Hugo Motta (Republicanos-PB) congelou a pauta após o fiasco da PEC da Blindagem.

Deputados afirmam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetaria a redução de penas, gesto que expõe desgaste para o Congresso. Mesmo assim, o PL tenta avançar com emenda para anistiar Bolsonaro e seus aliados condenados. Foram mais de 1.200 denunciados por participação direta ou indireta no ataque antidemocrático.

A ala jurídica governista avalia que qualquer saída artificial para proteger Bolsonaro será barrada no STF. Interlocutores de Moraes indicam que o tribunal não admitirá anistia autoindulgente de golpistas. Até aqui, o Judiciário sustenta a narrativa segunda qual a democracia não pode ser objeto de barganha.

A cena política se move com a proximidade do fim do processo. No DF, agentes penitenciários relatam reforço de segurança, e o Planalto acompanha o clima para evitar radicalização. As imagens de 8 de janeiro, o vandalismo contra os Três Poderes e a tentativa de ruptura seguem muito vivas.

A Papuda, conhecida por sua superlotação e por abrigar poderosos no passado, prepara o terreno. O cerco se fecha. E o relógio corre.

O clima é de contagem regressiva. Tic-tac.

E o país aguarda. Tic-tac.

A democracia exige resposta firme contra o golpismo, segundo o Supremo.

Bolsonaro e seu grupo testaram os limites do Estado de Direito e perderam, dizem juristas.

Se a Papuda está pronta, o Brasil também precisa estar, afirmam as forças vivas que atuam no Congresso.

Hora de virar a página com verdade e responsabilidade, dizem líderes partidários.

A história não perdoa hesitações, arremata Moraes. Tic-tac.

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