Os amigos Ducci e Richa podem polarizar disputa em Curitiba, enquanto Leprevost fica alerta

De Brasília – As últimas movimentações partidárias podem empurrar as eleições municipais de 2024, em Curitiba, para uma inexorável polarização entre os amigos e deputados Luciano Ducci (PSB) e Beto Richa, que estaria prestes a trocar o PSDB pelo PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. A data do “casamento” já estaria marcada para o início de abril.

Além do estado do Paraná, a guinada de Richa para o bolsonarismo também surpreendeu Brasília. No entanto, os leitores do Blog do Esmael vem recebendo antecipações em primeira mão desde o mês passado, diretamente do olho do furacão. Antes de o ex-governador Beto Richa assumir o avatar bolsonarista, por exemplo, ele concedeu uma entrevista inédita e exclusiva para esta página, quando revelou que seria pré-candidato a prefeito de Curitiba.

Mais do que antecipar ao Blog do Esmael sua disposição de tentar voltar à Prefeitura de Curitiba, após dois mandatos de prefeito e dois de governador do estado, Beto Richa ainda demarcou seu campo anunciando oposição ao atual alcaide, Rafael Greca, e ao governador Ratinho Junior, ambos do PSD.

Por outro lado, pelo campo da esquerda, o reagrupamento do bolsonarismo em torno de Richa ajudou a empurrar o PT para a Frente Ampla com o socialista Luciano Ducci. Nesse novo cenário, a candidatura própria no PT se desidratou e a legenda do presidente Lula ruma para o consenso, contra o avanço da repaginada extrema direita na capital de todos os paranaenses.

Dito isso, o deputado Ney Leprevost (PSD) terá que dobrar a atenção para não deixar essa polarização Ducci-Richa ocorra, pois, se isto se materizalizar, poderia lhe custar o ingresso para o segundo turno.

Prefeito em exercício Eduardo Pimentel, liga para a ganhadora do prêmio do programa Nota Curitibana. Curitiba, 08/11/2023. Foto: Pedro Ribas/SMCS
Vice-prefeito Eduardo Pimentel se vê em apuros diante de fatos novos causados pelos bolsonaristas.

Com o surgimento de novos atores nessa ranhida disputa, embora o quadro ainda não esteja consolidado, a pré-candidatura do vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD), apoiado por Greca e Ratinho, ficaria no “bico do corvo”, isto é, teria sérios riscos de flopar.

Economia

Portanto, em uma breve análise sobre “quem ganharia” com essa turbulenta conjutura: 1- Bolsonaro, que repaginou o PL em Curitiba; 2- Beto Richa, que se reinventou em apenas um dia; 3- Luciano Ducci, que se consoliou como representante do campo de esquerda; 4- deputados Gleisi Hoffmann e Arilson Chiorato, que lideraram o esforço para o PT apoiar a Frente Ampla.

No próximo dia 24 de março, a militância petista curitibana será convocada para formalizar essa tática eleitoral formulada pelo diretório nacional do Partido dos Trabalhadores. Aos olhos desse reviravolta política, a tendência é pela confirmação da Frente Ampla.

Em tese, sempre em tese, “quem perderia”: 1- o vice Eduardo Pimentel, que vê seu espaço de manobra eleitoral bastante reduzido, bem como o prefeito Greca e o governador Ratinho Junior; e 2- Ney Leprevost, que precisará lutar contra a polarização dos amigos Ducci-Richa nas eleições.

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