1º de Maio nasceu em sangue e virou símbolo global da luta dos trabalhadores

O Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de Maio, não nasceu com festas nem discursos amenos. Sua origem está marcada pelo sangue derramado em Chicago, nos Estados Unidos, em 1886, quando milhares de operários cruzaram os braços exigindo uma jornada de oito horas diárias — um sonho distante na época, em que se trabalhava até 14 ou 16 horas por dia.

A repressão foi brutal. Centenas de trabalhadores foram presos, feridos e mortos. O episódio culminou na condenação à morte de líderes sindicais, os chamados “Mártires de Chicago”. A comoção mundial foi tamanha que, em 1889, durante o congresso da Segunda Internacional Socialista em Paris, decidiu-se transformar o 1º de Maio em um símbolo internacional de luta da classe trabalhadora.

De Chicago ao Brasil: como o 1º de Maio ganhou o mundo

A ideia da mobilização global pegou. Na virada do século XX, o 1º de Maio já era celebrado em países da Europa, América Latina e Ásia. No Brasil, os primeiros atos surgiram por volta de 1891, inspirados pelos imigrantes europeus que chegavam ao país com ideias socialistas e anarquistas na bagagem.

A oficialização do 1º de Maio como feriado nacional no Brasil ocorreu em 1925, por meio de um decreto assinado pelo então presidente Artur Bernardes.

Getúlio Vargas, anos depois, a partir da Revolução de 1930, foi quem transformou o 1º de Maio em uma data de forte apelo simbólico, usando-a para anunciar medidas trabalhistas, consolidar sua base popular e construir sua imagem de “pai dos pobres”.

Direitos arrancados na marra: da jornada de 8h às férias remuneradas

Muita coisa que hoje parece banal — como férias, décimo terceiro, limite de jornada e segurança no trabalhofoi conquistada com sangue e resistência. O 1º de Maio virou a data oficial para relembrar que nada caiu do céu.

Nos últimos anos, no entanto, a data tem perdido seu caráter combativo, sendo reduzida a um feriado comercial. Mas os problemas não sumiram. Com a precarização do trabalho, o avanço da automação, e a ameaça constante à organização sindical, a luta dos trabalhadores está longe de acabar.

O 1º de Maio em 2025: resistência e memória

Neste 1º de Maio de 2025, centrais sindicais organizaram atos em todo o Brasil e em países do Cone Sul. O foco recai sobre a valorização do trabalho formal, a retomada de empregos com direitos, e o combate à desigualdade social.

A presidente da CUT, Sérgio Nobre, lembra que a luta de hoje dialoga com o passado:

“Não existe democracia sem direitos trabalhistas. Honrar o 1º de Maio é garantir que a história dos mártires de Chicago não seja em vão.”

Tudo sobre o Dia do Trabalhador

Qual a origem do 1º de Maio?

O 1º de Maio surgiu em homenagem à greve geral de 1886 nos EUA, especialmente ao massacre e à execução de trabalhadores em Chicago, que exigiam jornada de 8h.

Por que o 1º de Maio é feriado no Brasil?

O feriado foi oficializado por Artur Bernardes em 1925 como forma de reconhecer o valor dos trabalhadores e ganhar apoio popular.

Quem foram os Mártires de Chicago?

Foram líderes operários condenados à morte após as manifestações de 1886 nos EUA. Tornaram-se símbolo mundial da luta trabalhista.

O 1º de Maio ainda tem relevância?

Sim. Mesmo com avanços legais, muitos direitos ainda são ameaçados e a precarização do trabalho exige novas formas de mobilização.

Que direitos foram conquistados a partir dessas lutas?

Jornada de 8h, salário mínimo, férias, descanso semanal, aposentadoria e condições dignas de trabalho foram conquistas históricas.

Feriado ou trincheira?

O 1º de Maio não é só uma data no calendário. É uma lembrança incômoda de que, sem pressão popular, os direitos viram poeira. Não há descanso para quem precisa lutar todo dia por dignidade, salário justo e respeito.

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