O Caso do Marroquino Medhi Moazen: espionagem e investigação da Polícia Federal

A recente revelação do caso envolvendo Medhi Moazen, diretor de Inteligência da Controladoria Geral do Estado (CGE), tem abalado as estruturas do governo do Paraná.

Alegações de espionagem em favor do governo de Ratinho Junior (PSD) trouxeram à tona uma série de questionamentos e investigações que têm sacudido o cenário político do estado.

O Blog do Esmael traz hoje mais detalhes acerca dos acontecimentos mais recentes relacionados a este caso que está sob intensa investigação da Polícia Federal (PF) e que também levou o Ministério da Justiça a abrir uma rigorosa apuração.

Medhi Moazen, um marroquino naturalizado brasileiro em abril de 2020, tornou-se uma figura central neste escândalo político.

Seu nome surgiu em meio a denúncias de que teria atuado como espião a serviço do governo de Ratinho Junior, alimentando suspeitas de que o governo estaria utilizando recursos de inteligência para obter vantagens políticas.

Durante um evento de lançamento da obra da ponte Matinhos-Guaratuba, no Litoral do Paraná, no fim de outubro, Ratinho Junior admitiu conhecer Medhi Moazen, mas afirmou não saber quem o indicou para a chefia da inteligência no governo.

Economia

Documentos oficiais, no entanto, obtidos pelo Blog do Esmael, revelam a assinatura do governador Ratinho Junior e do chefe da Casa Civil, João Carlos Ortega, no decreto de nomeação do espião marroquino.

Essa contradição levantou sérias questões sobre a transparência nas nomeações de cargos de confiança no governo do Paraná, uma vez que o preenchimento desses cargos é prerrogativa do próprio governador.

A repercussão do caso na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) foi estrondosa, com suspeitas de “grampos democráticos”, “plurais” e “suprapartidários”.

A investigação em curso promete lançar luz sobre essas questões.

Uma das peças-chave nesta investigação é o software espião chamado “FirstMile”, que, segundo informações da Polícia Federal, teria sido utilizado para rastrear a localização de até 10 mil proprietários de telefones a cada 12 meses.

Este programa, de origem israelense, é capaz de rastrear a localização de indivíduos simplesmente digitando seus números de telefone no software, permitindo que terceiros possam visualizar sua última localização conhecida em um mapa.

A Polícia Federal alega que o “FirstMile” teria sido usado de forma indevida durante a gestão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL), que fazia parte do governo de Jair Bolsonaro.

Entre os alvos dessa suposta espionagem estariam professores, advogados, políticos e jornalistas.

A suspeita é de que o software tenha sido utilizado para espionar desafetos políticos do então presidente Bolsonaro.

Uma das preocupações levantadas pela investigação da Polícia Federal é que, ao invadir a rede de telefonia, o uso do “FirstMile” dispensaria a necessidade de autorização da Justiça para obter informações sobre a localização dos aparelhos.

Isso levanta questões sobre a privacidade e a legalidade das ações realizadas com o uso desse software.

Documentos encontrados durante a investigação indicam que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria adquirido o software “FirstMile” por R$ 5,7 milhões da empresa israelense Cognyte, com dispensa de licitação, no final do governo Michel Temer, em 2018.

Isso levou a Polícia Federal a estender sua investigação para incluir o Exército, que também teria adquirido o sistema.

Diante das investigações em curso, a Abin emitiu um comunicado afirmando que a atual direção tomou conhecimento do caso por meio de um relatório de correição aberto em gestões anteriores.

A agência alega que determinou a instauração imediata de sindicância e cooperação com a Polícia Federal no inquérito que corre em sigilo.

O caso do marroquino Medhi Moazen e a utilização do software “FirstMile” para fins de espionagem têm gerado intensas investigações e debates no cenário político do Paraná e do Brasil como um todo.

A transparência nas nomeações de cargos de confiança e a proteção da privacidade dos cidadãos estão no centro das discussões.

À medida que a investigação avança, mais detalhes sobre o caso devem surgir, e o desfecho deste escândalo político permanece incerto.

Por isso, recomendamnos que você fique atento às atualizações do Blog do Esmael.

Deixe um comentário