O deputado estadual Zohran Mamdani, 34 anos, lidera as pesquisas e pode vencer a eleição para prefeito de Nova York nesta terça-feira, 4 de novembro, resultado que adversários rotulam como “virada comunista”, embora o candidato se defina como democrata-socialista.
A corrida é teste nacional na “era Trump II”. As urnas fecham às 23h (horário de Brasília). A votação antecipada somou 735 mil comparecimentos, com eleitorado mais jovem que o padrão recente, tendência que favorece o campo progressista.
Mamdani aparece à frente de Andrew Cuomo, 67, ex-governador, que concorre como independente após perder as primárias, e de Curtis Sliwa, 71, Republicano e fundador dos Guardian Angels.
Levantamentos de Marist, Quinnipiac, Emerson/PIX11/The Hill, FOX/Beacon e AtlasIntel, colhidos entre 03 e 31 de outubro, indicam vantagem consistente para Mamdani, de 5 a 26 pontos. Sliwa segue nos dois dígitos baixos.
Na véspera, o presidente Donald Trump endossou Cuomo. A jogada tenta unificar o voto anti-Mamdani e expõe intervenção direta da Casa Branca na sucessão de Eric Adams (Dem). A campanha do democrata-socialista reagiu dizendo que a “abraçada MAGA” a Cuomo mostra “o melhor prefeito para Trump, não para Nova York”.
O programa de Mamdani mira custo de vida: congelar aluguéis regulados, ampliar moradia popular e subsidiar transporte e serviços por meio de aumento de impostos aos muito ricos. Adversários chamam de “comunismo”; o candidato descreve como social-democracia à nova-iorquina.
Nas pautas internacionais, sua defesa da causa palestina o tornou alvo do establishment e da direita, mas mobilizou jovens e ativistas. Cuomo tenta capturar moderados e republicanos urbanos com apelo à “experiência executiva”. Sliwa insiste em segurança pública e pede voto útil contra a esquerda.
Se Mamdani superar 50% dos votos válidos, consolidará mandato programático para a ala progressista democrata, com efeito sobre 2026. Mesmo vitória sem maioria já reposiciona o eixo político da maior cidade dos EUA.
Uma vitória de Zohran Mamdani inauguraria gestão de esquerda com foco em renda, aluguel e serviços, rotulada de “comunista” por rivais, mas ancorada na tradição progressista nova-iorquina. O recado alcança 2026 e mede os limites da influência federal de Trump. Leia os bastidores e a repercussão no Blog do Esmael.


Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.






