Moro avança enquanto Ratinho mantém indefinição eleitoral

O senador Sergio Moro (União) joga parado e, mesmo assim, aparece na frente das sondagens para o governo do Paraná, enquanto o governador Ratinho Junior (PSD) mantém o estado inteiro na expectativa. Três pré-candidatos do PSD, todos ligados ao Palácio Iguaçu, esperam desde já um anúncio que só poderá ocorrer em abril. O resultado é um cenário de polarização crescente que coloca o governo estadual como espectador do próprio jogo.

Pesquisas recentes disponíveis no mercado eleitoral, como a rodada Realtime Big Data, indicam Moro na liderança e o deputado Requião Filho (PDT) em segundo lugar. Mas o fato político está dado: há um favoritismo inicial consolidado e reconhecido por todos os grupos que orbitam a disputa.

No Palácio Iguaçu, reina o silêncio calculado. Ratinho Junior segura a decisão sobre quem carregará a bandeira governista em 2026. No portfólio, três nomes disputam a bênção oficial: Alexandre Curi, Guto Silva e Rafael Greca. Todos pertencem ao mesmo partido do governador, todos se movimentam, todos pedem espaço, ninguém recebe a definição.

A indefinição interessa ao governador porque mantém os aliados sob controle e, ao mesmo tempo, evita rachas prematuros dentro do PSD. Mas também produz uma consequência inevitável: o tabuleiro segue sendo montado pelos adversários. Com Moro consolidado e Requião Filho reforçando sua posição, o Palácio assiste de camarote à construção de uma polarização que não o inclui.

Nos bastidores, dirigentes admitem que a demora pode custar caro. Quanto mais o anúncio é adiado, maior o risco de enfraquecimento do eventual escolhido. A janela vai se fechando, e a capacidade de transferir votos, tão alardeada pelo entorno de Ratinho, será testada no limite.

A verdade é que Moro avança sem pressa e sem fazer força, e Requião Filho garante presença firme no segundo pelotão com reforço das federações PP-PCdoB-PV e PSOL-Rede. Enquanto isso, o PSD administra a ansiedade de três pretendentes e a inquietação de prefeitos e deputados que não sabem ainda para onde apontar o barco.

A partir de abril, com a decisão do governador, o jogo muda. Até lá, porém, o Paraná segue em compasso de espera, guiado por um protagonista imóvel e um líder estadual que prefere ficar no muro.

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