Maria Clara Pacheco, do time Bolsa Atleta, é campeã mundial de taekwondo

Brasileira integrante do Bolsa Atleta derrota na final a atual campeã olímpica e, com o resultado conquistado na China, repete, depois de 20 anos, o feito de Natália Falavigna, até então a única campeã mundial da modalidade pelo país

A paulista Maria Clara Pacheco conquistou nesta sexta-feira, 24 de outubro, um resultado histórico para o taekwondo e o esporte brasileiros. Aos 22 anos, ela sagrou-se campeã mundial da modalidade em Wuxi, na China, ao derrotar na final da categoria até 57 quilos a atual campeã olímpica, a sul-coreana Yu-Jin Kim, por 2 x 0.

É uma emoção que não consigo explicar, é a primeira vez que ganho um título tão importante e era realmente o objetivo do ano. Estou muito feliz, agradeço a todos que estavam na torcida”, comemorou Maria Clara Pacheco.

Com o resultado, Maria Clara, apoiada pelo Bolsa Atleta na categoria Bolsa Pódio, a mais alta do programa de patrocínio direto do Governo do Brasil, repete um feito registrado há 20 anos. Em 2005, Natália Falavigna se tornou, em Madri, na Espanha, a primeira e até então única brasileira a conquistar o ouro em um mundial de taekwondo, naquela ocasião na categoria até 72 quilos.

“É uma emoção que não consigo explicar, é a primeira vez que ganho um título tão importante e era realmente o objetivo do ano. Estou muito feliz, agradeço a todos que estavam na torcida e mando um abraço especial para minha mãe, meu pai, e dedico essa vitória ao meu treinador, que tornou tudo possível”, afirmou Maria Clara ao portal Olimpíada Todo Dia.

Presença assídua

Maria Clara tem a trajetória típica de uma esportista que cresce na modalidade acompanhada pelo avanço nas categorias do Bolsa Atleta. A campeã mundial foi contemplada em seis editais do programa desde 2017. Iniciou na categoria de Base e passou pela Nacional e Internacional. até se consolidar, desde 2024, na Bolsa Pódio. Atualmente, 416 atletas do taekwondo são apoiados pelo programa: 359 no taekwondo olímpico, 54 no taekwondo paralímpico e três no taekwondo para surdos.

“Com muito orgulho festejamos essa conquista da Maria Clara que, com garra, talento e dedicação, se sagrou campeã mundial. Um feito histórico com o apoio do Bolsa Atleta, que esteve ao seu lado, oferecendo suporte profissional, financeiro e institucional para que ela pudesse treinar, competir e se desenvolver com excelência”, ressaltou o ministro do Esporte, André Fufuca.

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“A vitória da Maria Clara é também a vitória do Brasil, da política pública que acredita no esporte e investe no sonho dos nossos atletas”, completou Fufuca. No mês passado, Maria Clara participou, como embaixadora e referência do taekwondo, dos Jogos da Juventude, evento para as categorias de base realizado em Brasília.

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Maria Clara durante a competição na China: cinco vitórias e só um round perdido para conquistar o título.

Impecável

No caminho dourado na China, Maria Clara, que desembarcou em Wuxi como líder do ranking mundial, deixou claro o altíssimo nível em que se encontra. Das cinco lutas que percorreu até o título, venceu quatro por 2 x 0, tendo perdido apenas um round, nas quartas de final. A brasileira teve ainda uma revanche importante na semifinal. Ela superou a chinesa Luo Zongshi, responsável pela eliminação da brasileira nas quartas dos Jogos Olímpicos de Paris. Antes, Maria Clara já havia superado, pela ordem, a portuguesa Leonor Correia, a espanhola Laura Marquina e a estadunidense Faith Dillon.

Integrante da comissão da delegação brasileira em Wuxi, a campeã mundial e medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, Natália Falavigna, se disse emocionada com o resultado. “O título mundial fala por si só, né? Maria é uma atleta que teve um ano impressionante. O título mundial vem coroar um ano em que ela ganhou tudo o que disputou no circuito mundial. É uma atleta que entrega um nível de performance gigantesco. Então, não só a medalha, mas a maneira, a forma com que ela luta, que ela encara a competição, como está dentro de quadra. É muito legal ver esse nível de performance que ela traz”, disse Falavigna.

“Pessoalmente, foi um privilégio ter a oportunidade de viver isso, de conquistar um título e reviver isso por meio da Maria Clara, após 20 anos. Sempre torci para que o taekwondo brasileiro crescesse e as conquistas viessem. A Maria Clara está escrevendo uma história linda e está orgulhando uma nação, orgulhando todos os taekwondistas, as pessoas que amam o esporte no Brasil. Eu me sinto privilegiada de ter tido a oportunidade de ver o que ela fez ao vivo”, celebrou.

Dourada

O ouro no Mundial da China coroa uma temporada brilhante de Maria Clara. No final de agosto, ela venceu a etapa do Grand Prix de Muju, na Coreia do Sul, ocasião em que também derrotou na final a campeã olímpica de Paris e, neste caso, anfitriã da competição, Kim Yu-jin. Antes, já tinha sido campeã do Grand Prix de Charlotte, nos Estados Unidos, em junho, tornando-se a primeira brasileira a vencer um torneio deste nível. Com o resultado nos Estados Unidos, repetiu o feito do mineiro Maicon Andrade, bronze na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, na categoria acima de 80 quilos, até então o único a ter brilhado em uma etapa do Grand Prix para o Brasil.

Cartel do Bolsa Atleta

A capilaridade do Bolsa Atleta se reflete nos resultados do Brasil nos principais eventos mundiais. Em Paris, o Brasil fechou os Jogos Olímpicos com 20 medalhas, a segunda melhor marca da história. Foram três ouros, sete pratas e dez bronzes, que colocaram o país no 20º lugar do quadro geral. Como muitas modalidades são coletivas, foram 60 medalhistas. Desse grupo, 100% são integrantes do Bolsa Atleta ou estiveram em editais ao longo de suas carreiras. Já nos Jogos Paralímpicos, a campanha foi a melhor da história do país, com 89 medalhas (25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes). O Brasil bateu o recorde de pódios, que era de 72, e chegou pela primeira vez no top 5, em quinto lugar. Todas as medalhas tiveram a digital do Bolsa Atleta.

O Bolsa Atleta atualmente conta com mais de 10 mil atletas contemplados, o maior número já registrado na história. Em 2024, o programa completou 20 anos e teve o primeiro reajuste de valores dos últimos 14 anos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto que aumentou as bolsas em 10,86%. No caso da Bolsa Pódio, os valores das Bolsas passaram a ser de R$ 5.543 mensais a R$ 16.629, de acordo com o lugar dos atletas no ranking mundial.

Por Ministério do Esporte

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