Lula e Trump avançam em negociação sobre tarifas entre Brasil e EUA

O governo brasileiro avaliou como “muito positiva” a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia. O encontro marcou o início de uma nova fase de negociações bilaterais sobre o tarifaço de 50% imposto por Washington às exportações brasileiras.

Segundo o chanceler Mauro Vieira, Trump determinou que sua equipe comece imediatamente as tratativas com o Brasil. “O presidente Trump declarou que dará instruções à sua equipe para que comece um processo de negociação bilateral que deve se iniciar hoje ainda, porque é para ser tudo resolvido em pouco tempo”, afirmou Vieira, destacando que o gesto foi recebido como sinal de boa vontade política.

O encontro durou cerca de 50 minutos e ocorreu à margem da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Lula insistiu que os motivos alegados pelos EUA para elevar tarifas “não se aplicam ao Brasil”, argumentando que o país mantém superávit comercial com os americanos.

Durante a conversa, Lula também pediu a suspensão imediata das sanções a autoridades brasileiras, impostas pela Casa Branca após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo fontes do Itamaraty, Trump ouviu as queixas e orientou sua equipe a seguir dialogando para buscar um “bom termo”.

O chanceler confirmou ainda que Trump demonstrou “admiração” pela trajetória política de Lula e que os dois presidentes combinaram visitas recíprocas. “Trump disse que quer visitar o Brasil e o presidente Lula aceitou também o convite para ir aos Estados Unidos”, relatou Vieira.

Além das questões comerciais, Lula se ofereceu como interlocutor entre Washington e Caracas, propondo uma mediação diplomática sobre a crise venezuelana. “O Brasil estará sempre disposto a atuar como elemento da paz e do entendimento, o que sempre foi a tradição do país”, concluiu o ministro das Relações Exteriores.

Nos bastidores, auxiliares do Planalto afirmam que o gesto político de Trump é visto como uma vitória de Lula na estratégia de reconstrução da diplomacia brasileira, desgastada desde o governo Bolsonaro. O Itamaraty espera que as negociações técnicas avancem nas próximas semanas e levem à suspensão do tarifaço.

Portanto, a reaproximação entre Lula e Trump, dois líderes de estilos opostos, sinaliza um reposicionamento estratégico do Brasil no tabuleiro global. Entre gestos diplomáticos e pragmatismo econômico, o governo aposta que o diálogo direto poderá reverter o tarifaço e reafirmar a soberania nacional no comércio internacional.

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