O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que Luiz Fernando Corrêa será o novo diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Corrêa é um delegado federal que já foi diretor-geral da Polícia Federal no segundo governo de Lula. O nome do novo diretor-geral foi publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira (3/3) e será analisado pelo Senado Federal antes da nomeação.
O que você precisa ficar sabendo sobre a Abin:
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu o ex-diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, como novo diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
- A indicação de Corrêa foi publicada no Diário Oficial da União e ainda será analisada pelo Senado Federal.
- A escolha de Corrêa vem logo após o governo transferir a Abin para a Casa Civil, retirando-a da responsabilidade dos militares.
- A indicação de um policial federal para o cargo de diretor-geral da Abin é vista como uma derrota pelos servidores da agência, que sempre defenderam a nomeação de oficiais da própria Abin para o cargo.
- A Abin é responsável por assessorar o presidente da República por meio da produção de conteúdo de inteligência sobre temas estratégicos internos e externos.
- Corrêa assumirá a Abin em um momento de tensão, após a agência ter sido envolvida em momentos de crise do governo Bolsonaro, incluindo a suspeita de uso da agência para levantar suspeitas contra a segurança das urnas eletrônicas e atrapalhar investigações.
- Corrêa já foi diretor-geral da Polícia Federal no segundo governo de Lula, tendo assumido o cargo em meio a crises decorrentes das primeiras grandes operações realizadas no primeiro governo Lula.
A mudança acontece um dia depois do governo oficializar a transferência da Abin para a Casa Civil, retirando-a da responsabilidade de militares. A desconfiança dos petistas em relação aos militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), então chefiado pelo general Augusto Heleno, um dos mais próximos aliados de Jair Bolsonaro, foi o motivo da mudança. A Abin é responsável por assessorar o presidente da República por meio da produção de conteúdo de inteligência sobre temas estratégicos internos e externos.
Embora os servidores da Abin estejam satisfeitos com o novo governo, a indicação de Corrêa é vista como uma derrota. Os servidores sempre defenderam a nomeação de oficiais da própria agência para a direção-geral e criticam a indicação de policiais federais para o cargo, como tem ocorrido na maioria dos últimos governos.
Corrêa, após aprovação no Senado, assumirá a Abin em um momento de tensão, após a agência ser envolvida em momentos de crise do governo Bolsonaro. O principal diretor da agência na gestão do ex-presidente foi o delegado e atual deputado federal Alexandre Ramagem, ex-segurança pessoal de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018 e amigo da família Bolsonaro.
Uma investigação da PF mostrou como a Abin foi um dos órgãos públicos utilizados por Bolsonaro para levantar suspeitas contra a segurança das urnas eletrônicas. Outro inquérito da PF apontou para a agência atuando com o objetivo de atrapalhar as investigações sobre Jair Renan, filho de Bolsonaro.
Corrêa também assumiu o comando da Polícia Federal no final de 2007, quando a corporação passava por crises decorrentes das primeiras grandes operações realizadas no primeiro governo Lula, entre elas a Satiagraha, que investigou o banqueiro Daniel Dantas. Ele substituiu Paulo Lacerda e fez uma série de mudanças que resultaram na saída de delegados mais velhos de cargos de chefia.
LEIA TAMBÉM
- Pedágio de Ratinho Jr. bate na trave: ministro dos Transportes cancela agenda no Paraná
- Entrevista de Lula para Reinaldo Azevedo; assista a íntegra
- Mega-Sena pode pagar R$ 32 milhões neste sábado (4/2) junto com o sorteio da +Milionária
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.