A nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para o Ministério da Secretaria-Geral da Presidência tem uma motivação política clara: o palanque de São Paulo em 2026. Ao levar o líder do PSOL para o centro do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mira consolidar uma frente progressista no maior colégio eleitoral do país.
Nos bastidores, a escolha é vista como um movimento estratégico. Boulos era alvo de provocações de adversários, que o acusavam de nunca ter administrado nada. Com a nova função na Esplanada, o parlamentar ganha experiência de gestão e reforça seu currículo para futuras disputas.
A Secretaria-Geral, chefiada até então por Márcio Macêdo (PT-SE), é responsável pela interlocução do Planalto com os movimentos sociais — território político onde Boulos construiu sua trajetória. A pasta também tem forte valor simbólico dentro do governo, pois serve como ponte entre o poder institucional e as bases populares.
A nomeação, portanto, é uma vacina política. Com a caneta de ministro, Boulos neutraliza o argumento de inexperiência e se posiciona melhor para 2026. Lula sabe que o PSOL é parte fundamental da coalizão de esquerda e que São Paulo será decisivo para a reeleição ou para qualquer projeto nacional.
Entre aliados, já se fala que, em seis meses, Boulos poderá disputar o governo paulista ou mesmo uma vaga no Senado. Anote aí: o novo ministro entra no governo com prazo de validade eleitoral e missão explícita, articular a base social e construir o palanque de Lula em São Paulo.
Portanto, a ida de Boulos para a Secretaria-Geral é mais do que uma nomeação, é um passo calculado no xadrez de 2026. Lula joga com antecedência, e o tabuleiro paulista, agora, tem um novo protagonista com a marca do Planalto.
Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.