Lava Jato acabou com milhões de empregos enquanto fingia combater a corrupção no País

Missão cumprida, pode gabar-se o procurador Deltan Dallagnol. Ele foi demitido nesta terça-feira (1º) da coordenação da força-tarefa Lava Jato, mas, ao longo de seis anos, ele conseguiu impedir a volta do PT e do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto e destruir milhões de empregos no País.

Enquanto perseguia petistas e desenhava seu projeto de poder, a Lava Jato detonava empresas nacionais e gerava desempregos. A contribuição da força-tarefa com a miséria do povo brasileiro, na pré-pandemia da covid, é algo nítido e já era favas contadas.

A República de Curitiba gerava desempregados enquanto fingia combater corruptos, pois, segundo vazamentos de mensagens, os procuradores da força-tarefa na capital parananense cometiam crimes para justificar a perseguição de seus adversários políticos e ideológicos.

O ex-juiz Sérgio Moro não cita os milhões de desempregados que ele e a força-tarefa criaram, mas parabenizou Deltan Dallagnol pela “dedicação” à frente da Lava Jato em Curitiba. Segundo Moro, o trabalho do procurador “alcançou resultados sem paralelo no combate à corrupção no País”.

“Apesar de sua saída por motivos pessoais, espero que o trabalho da força tarefa possa prosseguir”, disse o ex-juiz, que é pré-candidato a presidente da República em 2022.

De saída da Lava Jato, Deltan Dallagnol também poderá enveredar-se para a política. Ele alimenta o sonho de concorrer ao Senado e, ao mesmo tempo, coordenar a campanha presidencial de Sérgio Moro a partir de Curitiba.

Economia

O procurador demitido publicou um vídeo dizendo que não deixará de sonhar de lutar contra a corrupção.

“Sim, é verdade que estou de saída da coordenação da Lava Jato. É uma decisão difícil, mas o certo a fazer por minha família. Continuarei a lutar contra a corrupção como procurador e como cidadão. A Lava Jato tem muito a fazer e precisa do seu e meu apoio”, disse Deltan Dallagnol.

O agora ex-coordenador da Lava Jato também nada falou sobre o “legado” deixado pela força-tarefa, que são os milhões de desempregados no País.

O ex-senador Roberto Requião (MDB-PR) também se manifestou em relação desmonte da Lava Jato.

“Deus meu, Sérgio Moro deixou de ser juiz e ministro, Dalagnol sai do comando da lava jato! O que será do Messer agora?”, ironizou o emedebista, referindo-se ao dolero Dario Messer.

LEIA TAMBÉM
“Uma vaga no Senado será do Deltan Dallagnol”, diz presidente da Paraná Pesquisas

Glenn Greenwald derruba Deltan Dallagnol da Lava Jato, diz Veja

Lava Jato cogitou derrotar Requião e Gleisi com candidatura de Deltan

Deltan Dallagnol se lança candidato em 2022, revela Vaza Jato

Deltan Dallagnol foi demitido da força-tarefa Lava Jato

O procurador da República Deltan Dallagnol foi defenestrado da coordenação da força-tarefa da Operação Lava Jato, criada em 2014 para investigar supostos crimes na Petrobrás.

No lugar de Deltan, o procurador-geral da República (PGR) Augusto Aras escalou o procurador Alessandro José Fernandes de Oliveira. Ele atua no grupo de trabalho da Lava Jato pela PGR, chefiado pela subprocuradora-geral Lindôra Maria Araújo.

A subprocuradora Lindôra foi uma das pivôs da intervenção na Lava Jato em Curitiba no mês passado. Na época, a República de Curitiba protestou e ameaçou abandonar a força-tarefa.

A PGR buscava informações de investigações pretéritas e o PGR Augusto Aras chegou acusar a força-tarefa da Lava Jato de investigar, ilegalmente, 38 mil pessoas, bem como os presidentes da Câmara e do Senado.

Ainda não se tem informações claras sobre a saída de Deltan Dallagnol, mas, muito provavelmente, sua defenestração tenha relação ao julgamento recente no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), que o absolveu no caso do powerpoint cuja representação fora feita em 2016 pelo ex-presidente Lula.

Para consumo público, o demissionário coordenador da Lava Jato afirma que irá cuidar da saúde da família.

O substituto de Deltan Dallagnol na força-tarefa, o procurador Alexandro Oliveira, é especialista em delações premiadas.

O ex-juiz Sérgio Moro, pelo Twitter, disse que mudança será o fim da Lava Jato. “Na minha opinião, não se justifica encerrar as Forças Tarefas do Ministério Público que atuam na Lava Jato e que obtiveram e continuam obtendo tantos resultados no combate à corrupção”, opinou.

O procurador Robson Pozzobon, do núcleo duro da Lava Jato, declarou que “a gente não pode aceitar no Ministério Público é que pressões de criminosos e de investigados produzam resultados.” A mensagem foi retuitada por Deltan.

Embora tenha perdido a designação na PGR, Deltan Dallagnol segue procurador no Ministério Público Federal do Paraná.

A queda do coordenador da força-tarefa Lava Jato ocorreu porque ele se isolou politicamente dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso Nacional, dos partidos políticos, do governo federal e de parte do judiciário. A situação de Deltan Dallagnol ficou insustentável.

A mudança na coordenação da Lava Jato, porém, é uma vitória do consórcio tácito formado entre Lula, PT, Jair Bolsonaro e Augusto Aras.