Governador Tarcísio de Freitas ignora críticas e desdenha de denúncias na Operação Verão

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), manifestou indiferença diante das denúncias de abusos ocorridos durante a Operação Verão, empreendida pela Polícia Militar na Baixada Santista. Em evento na capital paulista, celebrando o Dia Internacional da Mulher, o governador declarou: “Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí.”

Desde o ano passado, a Baixada Santista tem enfrentado grandes operações de segurança, motivadas pela morte de policiais militares na região. O número de mortes provocadas por PMs em serviço na área aumentou mais de cinco vezes nos dois primeiros meses deste ano, totalizando 57 vítimas, segundo dados do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Entidades como Conectas Direitos Humanos e Comissão Arns denunciaram Tarcísio de Freitas ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, alegando que a situação resulta de sua ação deliberada, investindo na violência policial contra pessoas negras e pobres.

As entidades solicitaram ao conselho que o Estado brasileiro implemente medidas de controle à violência policial em São Paulo. Entre essas medidas, destacam-se a implementação do programa de câmeras corporais, investigações independentes e responsabilização de agentes públicos envolvidos em abusos e execuções sumárias. Em resposta, o governador defendeu as operações, alegando que são conduzidas com “inteligência e alvos determinados”, buscando “restabelecer a ordem”.

As operações da Polícia Militar no litoral têm enfrentado críticas. Uma comitiva de entidades de defesa dos direitos humanos visitou a Baixada Santista para colher depoimentos, destacando reclamações sobre intimidações, volta da polícia à cena do crime e invasão de casas de vítimas. O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, defendeu a suspensão da Operação Verão, citando testemunhas que relataram invasões e intimidações.

O Ministério Público decidiu abrir uma investigação sobre a conduta dos policiais militares. Há denúncias de que não estariam preservando as cenas dos crimes, levando os mortos da operação para os hospitais como se estivessem vivos, prejudicando a perícia no local exato da morte. Tarcísio respondeu à investigação afirmando que as denúncias carecem de evidências, classificando-as como “tremenda irresponsabilidade”.

Diante das denúncias e críticas, o governador Tarcísio de Freitas disse que permanecerá firme em sua defesa das operações policiais na Baixada Santista. Enquanto as entidades de direitos humanos buscam intervenção internacional, a resposta do governador desdenha das denúncias de matanças na Operação Verão.

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