A guinada à direita da plataforma de aplicação Twitter deve ser confirmada com sua compra pelo bilionário Elon Musk, cuja preferência pelos republicanos nos Estados Unidos não é segredo para ninguém.

O microblog do passarinho foi adquirido por US$ 44 bilhões e, na esteira da negociação, a demissão em massa de funcionários do Twitter. Metade dos 7,5 mil trabalhadores foi demitida.

Uma das controversas primeiras medidas de Musk, além de defenestrar metade dos trabalhadores, será cobrar pelo status verificado – aquele ticket azul – nos perfis dos usuários. O sistema “pagou, verificou” é criticado porque somente os endinheirados ganhariam relevência no Twitter.

A demissão em massa foi justificada por Musk como problemas financeiros causados por grupos ativistas que ‘tentam destruir a liberdade de expressão na América’ e no mundo – indicando que poderá readmitir na rede social o ex-presidente Donald Trump.

O novo dono do Twitter disse que “uma queda maciça na receita, devido a grupos ativistas pressionando anunciantes, embora nada tenha mudado com a moderação de conteúdo e fizemos tudo o que pudemos para apaziguar os ativistas. Extremamente bagunçado! Eles estão tentando destruir a liberdade de expressão na América.”

Segundo relatos, o Twitter fechou temporariamente seus escritórios e cortou o acesso dos trabalhadores aos sistemas internos.

A equipe de curadoria do Twitter também foi demitida e as sinalizações de organizações de notícias parceiras sobre possíveis desinformações na plataforma não foram respondidas.

A política do Twitter sobre conteúdo enganoso inclui rotular postagens contenciosas ou sinalizar informações de contextualização ao lado de tais postagens.

Ao menos 3,5 mil funcionários do Twitter disseram que perderam o acesso a suas contas de e-mail e Slack, como um sinal de que perderiam seus empregos.

Elon Musk, já considerado o coveiro do Twitter, já começou a ser demandado judicialmente nos EUA e também o será no Reino Unido.

“O Twitter está tratando seu pessoal de maneira terrível. O governo deve deixar claro para os novos proprietários do Twitter que não aceitaremos um P&O digital e que ninguém está acima da lei no Reino Unido, incluindo os grandes barões da tecnologia”, disse Mike Clancy, secretário-geral da Prospect, que representa os trabalhadores de tecnologia.

Musk já demitiu os principais executivos da empresa, incluindo o ex-CEO Parag Agrawal. Ele também destituiu o conselho de administração da empresa e se instalou como único membro do conselho.

O novo proprietário do Twitter já provou que tem talento para fazer dinheiro, no entanto, Elon Musk pode dar um passo em falso ao transformar a mídia social em arma de guerra da extrema direita americana e mundial.

Blog do Esmael

Elon Musk pode ser o coveiro do Twitter