Na noite de ontem (19/2), uma reunião envolvendo 65 pessoas agitou os bastidores do Partido dos Trabalhadores (PT) em Curitiba. O ponto de discórdia? A candidatura própria do partido na capital paranaense. Os militantes de diferentes tendências internas do PT saíram do encontro com promessas de ir às ruas no próximo sábado (24/2), às 10h, para testar o apoio dos curitibanos a esta tese, que se contrapõe à proposta da Frente Ampla, articulada pela Federação Brasil Esperança, composta por PCdoB, PV e PT.
Enquanto os defensores da candidatura própria comemoraram a plenária de segunda-feira como um “sucesso”, os membros do grupo “frentista” a enxergaram como um movimento “flopado”. A polarização interna no PT de Curitiba ganha cada vez mais destaque desde o Carnaval, com a ascensão do historiador Elton Barz à presidência da Federação Brasil Esperança, que também lidera o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Barz já adiantou sua posição a favor de uma candidatura que vá além da federação, incluindo PSB e PDT.
Dentro da matemática política de Elton Barz, o deputado e ex-prefeito Luciano Ducci (PSB) desponta como o nome mais provável para representar a Frente Ampla. Barz sugere que a vice na chapa poderia ser do PDT, com o deputado Goura Nataraj, que não faz parte da federação. Essas movimentações indicam a complexidade das alianças políticas na busca pela Prefeitura de Curitiba.
No entanto, ele admite, esta decisão compete ao próprio PT, que tem planos para a eleição suplmentar para o Senado, em caso de cassação de Sergio Moro (União).
As tendências internas do PT – Militância Socialista, Democracia Socialista, Articulação de Esquerda, O Trabalho e Base e Luta – encontram liderança no jornalista e escritor Milton Alves. Chamado de “Lênin das Araucárias”, Milton tem se destacado no cenário interno do partido, contribuindo para a formação de opiniões e estratégias. Do lado da Frente Ampla, as figuras de Gleisi Hoffmann e Arilson Chiorato, presidentes estadual e nacional, respectivamente, também entram no tabuleiro do xadrez político.
O presidente estadual do Partido Verde (PV), Raphael Rolim de Moura, reforça o alinhamento com a Federação Brasil Esperança, já que ele está destinado a ser o próximo presidente no sistema de rodízio em 2026. Este comprometimento ressalta a coesão entre líderes partidários no âmbito estadual e nacional, um ponto estratégico para o sucesso eleitoral.
Caso o diretório do PT em Curitiba aprove a candidatura própria, o que é considerado remoto, a instância superior formada por Barz, Chiorato e Rolim tende a rejeitar a posição e seguir a orientação nacional do partido. Esta dinâmica interna revela as complexidades da tomada de decisão política, especialmente em um momento crucial para o PT e suas alianças.
A nível nacional, a Federação Brasil Esperança defende a formação de frentes amplas nos municípios como um ensaio geral para a reeleição do presidente Lula em 2026. Este movimento estratégico busca consolidar apoios e fortalecer alianças para os desafios eleitorais que se aproximam.
Em meio às disputas internas, um militante da Frente Ampla expressou ironicamente ao Blog do Esmael: “Se tivessem a mesma vontade para fazer oposição ao Rato e Greca, estaríamos bem melhor.” Esta crítica reflete o tom crítico e as divergências internas que permeiam as discussões políticas na capital paranaense.
Portanto, essa briga interna do PT vai às ruas no sábado.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
Voto no PT., desde o começo dos anos 80, mas tem coisa que não dá para entender pois tiveram 4 anos para construir uma candidatura e não fizeram e quando tem partidos aliados com candidatos fortes fazem um esforço danado para entregar uma eleição com boas chances de vitória para o adversário lançando candidatos sem potencial de votos .
Tinha bem mais que 65 pessoas, as ruas fontes são mentirosas, alias a tua fonte estava lá e mentiu também.