Como repercutiu a manifestação de Bolsonaro no Palácio do Planalto

A Avenida Paulista, em São Paulo (SP), no domingo (25/2), foi palco de um expressivo ato pró-Bolsonaro, convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A manifestação reuniu, segundo a Secretaria da Segurança Pública paulista (SSP-SP), um total de 750 mil pessoas, gerando intensos debates e discussões políticas, enquanto a USP calculou 185 mil presentes no asfalto.

O Blog do Esmael, em uma entrevista exclusiva com Bolsonaro nas vésperas do evento, antecipou os principais movimentos políticos, proporcionando insights valiosos sobre os bastidores desse acontecimento.

O impacto da manifestação levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus ministros a adotarem uma postura cautelosa e, em alguns casos, silenciosa diante da dimensão e do impacto do evento.

Na coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, durante o lançamento do Programa de Democratização de Imóveis da União, Lula optou por não responder diretamente aos questionamentos sobre o ato pró-Bolsonaro.

Ministros como Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social, e Rui Costa, da Casa Civil, também esquivaram-se ao abordar a expressividade do número de participantes, embora haja controvérisa sobre o tamanho da manifestação bolsonarista.

Rui Costa, ao comentar sobre o evento, destacou que, considerando as divulgações e a histórica força do movimento, não houve surpresas. Entretanto, chamou a atenção para o conteúdo, mencionando a confissão de crimes durante o ato, evidenciando a complexidade do atual cenário político e a necessidade de diálogo racional.

Economia

Rui Costa, Lula e Paulo Pimenta. Foto: Ricardo Stuckert.

A Polícia Federal (PF) anunciou a inclusão do discurso de Bolsonaro nas investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado durante o ato na Avenida Paulista. Fontes confirmaram indícios de “admissão de culpa” nas falas do ex-presidente. Bolsonaro, diante de milhares de apoiadores, adotou uma postura mais amena, criticando o STF e pedindo anistia para os presos pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

A PF busca esclarecer se houve incitação à violência, conspiração contra a ordem democrática e conexões com grupos antidemocráticos. A investigação visa entender os motivos por trás da manifestação e avaliar o impacto político das declarações de Bolsonaro.

O ato na Avenida Paulista, organizado por Silas Malafaia e com a presença de Bolsonaro, foi planejado para impactar o cenário político, especialmente o STF e os inquéritos relacionados ao ex-presidente. Ambos líderes traçaram cenários e sinalizações em relação ao Supremo, destacando a expectativa de reações populares em caso de prisão de Bolsonaro.

Bolsonaro e Malafaia demonstraram ceticismo em relação ao impacto direto do ato sobre Alexandre de Moraes e outros ministros do STF. A estratégia visa influenciar a opinião pública e pressionar a Corte em meio aos desdobramentos dos inquéritos.

Ricardo Nunes segue Bolsonaro nas críticas às privatizações.
Prefeito Ricardo Nunes tenta garantir os 20% de Bolsonaro em SP.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), subiu ao trio elétrico em apoio a Bolsonaro, revelando uma estratégia política calculada. Dados de pesquisas indicam que Bolsonaro possui potencial de transferência de votos significativo, atingindo 20% na cidade. Essa influência é considerada estratégica, superando o índice de rejeição do ex-presidente na capital.

Desde o ano passado, Nunes buscava o apoio de Bolsonaro para sua reeleição, e a estratégia parece ter sido bem-sucedida. A aliança com Bolsonaro tem impacto nas pesquisas, deixando Nunes tecnicamente empatado com Guilherme Boulos, apoiado pelo PT de Lula.

Moral da história: a manifestação de Bolsonaro na Avenida Paulista desencadeou uma série de reações, desde a cautela de Lula e ministros até a inclusão do discurso nas investigações da PF.

Além de defender-se, Bolsonaro também já projetou com essa manifestação seu posicionmento nas eleições municipais de outubro, onde SP se transformou a “joia da coroa” bolsonarista.

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