Messias Obama leva Chupim de Ouro a Gleisi e aponta alvos no Paraná

A proposta de recriar o Troféu Chupim de Ouro ressurge com endereço certo no Paraná. Na quinta 30, em Foz do Iguaçu, o sindicalista Messias Obama viajou de Curitiba e levou à ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, a ideia de premiar políticos que inauguram obras federais sem dar crédito ao presidente Lula. A ministra ouviu, não descartou, mas tampouco confirmou levar a honraria adiante.

O troféu, um velho conhecido dos bastidores, satiriza o parasitismo político, versão humana do pássaro que bota ovos no ninho alheio. A sugestão repercutiu na Caravana Federativa, na tríplice fronteira, onde prefeitos e gestores disputavam espaço para mostrar alinhamento a Brasília.

Segundo apurou o Blog, o ex-deputado André Vargas, presente ao evento, apontou o governador Ratinho Júnior, do PSD do Paraná, como forte candidato a ganhar o prêmio. Para Vargas, o governo estadual tem inaugurado obras financiadas por Lula e omitido o reconhecimento ao Palácio do Planalto.

Em contraste, o petista elogiou o prefeito de Londrina, Tiago Amaral, também do PSD, que reconheceu publicamente o papel do governo federal e o apoio de Vargas para garantir moradias populares. Amaral, na semana anterior, exaltou o trabalho do ex-parlamentar e de Lula ao falar das novas unidades do Minha Casa, Minha Vida.

Vargas reforçou o histórico: há trinta e dois anos atua em moradia popular, relatou duas fases do programa habitacional e celebrou o lançamento de duas mil e seiscentas novas casas em Londrina, com a promessa de dignidade e emprego.

O presidente do PT no Paraná, deputado Arilson Chiorato, que lidera a oposição na Assembleia Legislativa, endossa a retomada do Chupim de Ouro. Ele instiga o Planalto a assumir a premiação e avisa que, caso o governo federal não adote a iniciativa, a bancada oposicionista no estado se encarrega de lançá-la nos próximos dias.

Gestores federais ouvidos pelo Blog afirmam que o Paraná tem escondido a mão que assina o cheque. Eles citam a inauguração de um conjunto habitacional em Almirante Tamandaré, na Grande Curitiba. A obra foi financiada em noventa por cento pela União, mas não teve representante do governo Lula nem menção ao Planalto durante a cerimônia.

Para Messias Obama, criador da ideia, o Chupim de Ouro pretende desestimular esse comportamento, garantindo que recursos federais sejam reconhecidos publicamente. O diagnóstico é claro: parte da classe política local se beneficia da ação de Brasília, mas foge da foto com Lula.

A avaliação entre dirigentes federais é que, em período pré-eleitoral, o crédito por obras vira ativo político decisivo, especialmente em um estado onde o bolsonarismo e o PSD disputam espaço, enquanto o PT consolida alianças e programas sociais.

No pano de fundo, segue a disputa narrativa sobre quem entrega e quem tenta “pegar carona”. Caso avance, o prêmio promete provocar debates e arrancar sorrisos nervosos no Centro Cívico.

O Paraná está na vitrine. E, se depender de Messias Obama, ninguém passará pelo ninho federal sem ser visto.

Leitores podem acompanhar bastidores da política pelo Blog do Esmael.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *