Bolsonaro deu “facada” em aliados nas eleições municipais de 2020; relembre o caso

A inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido um assunto de grande repercussão no país. Com a recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o considerou inelegível por oito anos a partir das eleições de 2022, Bolsonaro busca novas estratégias para manter sua influência política e, quem sabe, retornar à disputa eleitoral em um futuro próximo. Nesse sentido, o Blog do Esmael recorda a postura de Bolsonaro nas vésperas das eleições municipais de 2020, que, na época, foi vista por aliados como uma verdadeira “facada” nas costas desferida pelo então presidente.

Em fevereiro de 2020, durante as eleições municipais, houve a expectativa de que Bolsonaro criasse seu próprio partido político, o Aliança pelo Brasil, depois de abandonar o PSL, visando fortalecer sua base e lançar candidatos alinhados à sua ideologia. No entanto, às vésperas das eleições, Bolsonaro decidiu não seguir adiante com a criação do partido, alegando que não era o momento para levantar uma nova legenda. Essa decisão foi tomada para evitar o desgaste político de possíveis derrotas eleitorais de aliados, que seriam atribuídas a ele.

Naquela oportunidade, o Blog do Esmael registrou que Bolsonaro não compareceu no lançamento de seu “novo partido” em Curitiba porque já havia desistido do projeto. “As almas parvas no jantar avaliavam que Bolsonaro não compareceu para não ser associado com a virtual derrota política neste 2020”, anotamos certeiramente.

Dito e feito. Bolsonaro deixou parceiros e aliados a ver navios em 2020 enquanto buscava agasalhar-se no Partido Liberal (PL), pelo qual concorreu e perdeu a reeleição. Houve uma fragmentação da direita a partir daquele pleito, que refletiu na corrida eleitoral de dois anos mais tarde.

O ex-presidente recebeu aconselhamentos de correligionários para não apoiar publicamente nenhum candidato a prefeito, exceto em raras exceções, a fim de evitar o ônus político de derrotas nas eleições municipais. Essa estratégia tinha como objetivo proteger sua imagem política e preservar suas chances de se lançar novamente como candidato em futuros pleitos. No caso, Bolsonaro foi convencido de que 2020 não era sua eleição e que deveria economizar energia para a reeleição de 2022 – que acabou perdendo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No entanto, a recente decisão do TSE tornou Bolsonaro inelegível até 2030. Apesar disso, o enfurecido ex-presidente já manifestou sua intenção de eleger o máximo de candidatos possíveis nas eleições de 2024, visando fortalecer seu grupo político para a disputa de 2026. É importante ressaltar que Bolsonaro está cogitando recorrer a uma lei de anistia para reverter sua inelegibilidade ou, no mínimo, garantir sua elegibilidade a partir de 2030.

Economia

A trajetória política de Bolsonaro é marcada por polêmicas e controvérsias, inclusive na área judicial. Além do processo no TSE, o ex-presidente enfrenta diversos outros processos tanto na Justiça eleitoral quanto na Justiça comum, além de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Há quem vislumbre Bolsonaro na cadeia em um horizonte próximo.

Portanto, as perguntas que não querem calar sobre 2024: será que os candidatos de “direita” darão ouvidos para Bolsonaro, após o desdém de 2020, ou lhe darão o troco no ano que vem? Será que os eleitores brasileiros sentirão algum tipo de saudades do ex-presidente? A conferir.

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