O deputado federal bolsonarista Filipe Barros (PL-PR) escreveu um lacônico post no X, antigo Twitter, concordando com críticas ao processo de privatização de estatais brasileiras.
“Exatamente”, retuitou o parlamentar liberal e bolsonarista ao reverberar um “tiro de canhão” contra a desestatização/doação do patrimônio público brasileiro.
“É só no Brasil que chamam de “privatização” a alienação de uma concessionária de serviços públicos para uma estatal estrangeira”, escreveu o jurista Rodrigo Pedroso, considerado liberal-conservador, que mereceu o retuíte de Filipe Barros.
Antes, pela manhã, o ex-ministro da SECOM no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Fábio Wajngarten, abriu fogo nas privatizações de empresas de energia e de água em São Paulo.
“Trocar monopólio público por monopólio privado” não é uma boa estratégia, segundo o “alter ego” do ex-presidente, que atua como porta-voz, advogado e assessor de imprensa de Bolsonaro.
“Se com energia elétrica o transtorno é enorme, imaginem se a companhia de água cair nas mãos de grupos tão incompetentes quanto os de energia…”, observou pela manhã o ex-ministro bolsonarista da SECOM.
“Enquanto no país tudo se resumir a medidas de curto prazo, pra gerar caixa pra frutos emergenciais ao custo de entregar o país para as “BlackRocks” da vida, o Brasil vai seguir sendo uma colônia”, fulminou Wajngarten no X.
Em uma rara unidade política tácita, aquela que não se combina, bolsonaristas e lulistas mostraram irritação com o apagão em São Paulo, que, ato reflexo, vitimou o processo de privatização da Sabesp.
Por decisão judicial, a Assembleia Legislativa de SP suspendeu uma audiência pública sobre a venda da companhia de água paulista.
A mobilização contra a privatização da energética também chegou a Brasília.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) comunicou que entrou com requerimento na Comissão de Defesa do Consumidor para que o presidente da ENEL compareça com urgência na Câmara dos Deputados e dê explicações sobre a calamidade vivida em SP com o apagão.
“É inaceitável o caos e o descaso da empresa com o povo”, disse ele.
A concessionária EENEL, que é responsável pela energia de SP e 28 municípios, já é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa de São Paulo e agora poderá ser investigada também pela Câmara Municipal de SP.
Portanto, as privatizações futuras e pretéritas subiram no telhado com veementes pedidos de cassação de concessões e reestatização de empresas que prestam serviços essenciais, a exemplo de transporte, água e luz.
Na fila de revogações dessas privatizações estão Eletrobras, Eletropaulo, Copel, Sanepar, Cedae (Rio de Janeiro), Light (RJ), CEA (Amapá), CEEE (RS), CEMAR (Maranhão), Celpe (Pernambuco), Ceal (Alagoas), dentre outras.
Privatizaram a linha Londres Edinburgo. Em 2013 compramos passagem. Venderam passagens para 2 trens e colocaram apenas um na linha. Resultado: viajamos em pé até a metade do caminho. Em 2021 re estatizaram. Serviço público é publico … não é privado. Energia eletrica, água e transporte é bem público. Não é para dar lucro. Não tem dois canos de agua para você escolher … tem um só. Sapato você escolhe. Ovo você escolhe. Banana você escolhe e compra a que te interessa. Luz não. Só tem uma rede na sua rua … Agua e ônibus também não… só tem uma opção…