Aliados abandonam Bolsonaro após caso das joias, diz Folha

A mais recente operação da Polícia Federal que investiga um suposto esquema de desvio de joias e presentes oferecidos por autoridades estrangeiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem gerado intensa pressão no Congresso Nacional, resultando em apreensão entre seus aliados e um notável silêncio por parte de seus apoiadores.

A investigação, cujos detalhes foram analisados em uma reportagem da Folha, aponta para a possibilidade de Bolsonaro estar envolvido na evasão desses bens públicos com a finalidade de venda e enriquecimento pessoal.

Antes, porém, uma importante observação: a Folha sempre defendeu o bolsonarismo, seu legado na economia, mas sem Jair Bolsonaro.

A investigação da PF revelou que Jair Bolsonaro e sua equipe teriam utilizado o avião presidencial para retirar do país pelo menos quatro conjuntos de joias e bens valiosos recebidos durante viagens internacionais enquanto ele era chefe de Estado.

Dois voos são citados nas investigações: um em junho de 2022, quando Bolsonaro viajou para a Cúpula das Américas nos Estados Unidos, e outro em dezembro do mesmo ano, na véspera de seu último dia de mandato.

A suspeita é que o segundo voo tenha ocorrido para evitar a transição democrática ao entao novo presidente, Lula (PT).

Economia

A investigação também revelou que os bens retirados do país teriam sido encaminhados para lojas especializadas em venda e leilão de objetos e joias de alto valor, localizadas nas cidades de Miami, Nova Iorque e Willow Grove, nos Estados Unidos.

Deputados da base do governo de Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT), acionaram a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja investigada a possibilidade de que Bolsonaro tenha liderado uma organização criminosa.

Esse novo desenvolvimento representa um desafio para os aliados do ex-presidente, uma vez que o caso das joias é mais difícil de enquadrar em termos ideológicos.

Isso tem resultado em um notável silêncio por parte de seus apoiadores, que aparentemente estão sem saber como responder diante das acusações.

Enquanto isso, interlocutores próximos de Bolsonaro alegam que o episódio é resultado de uma “trapalhada”, atribuindo a culpa ao ex-ajudante de ordens e tenente-coronel preso, Mauro Cid.

Segundo esses interlocutores, Cid teria acumulado poder e afastado aliados que poderiam ter desaconselhado Bolsonaro a vender os presentes.

A Polícia Federal solicitou a quebra dos sigilos bancário e fiscal da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no âmbito dessa investigação, juntamente com um pedido semelhante em relação a Jair Bolsonaro.

A investigação aponta a existência de uma organização criminosa próxima a Bolsonaro e sugere que o plano pode ter sido feito com sua “determinação”.

O esquema envolveu viagens às pressas de aliados para os Estados Unidos para recomprar presentes que foram vendidos a joalherias.

A operação realizada pela PF também visou aliados do ex-presidente, mas ele e Michelle não foram alvos diretos da ação.

A pressão sobre Bolsonaro tende a aumentar à medida que mais detalhes emergem sobre o suposto esquema de desvio de joias e presentes.

Com a CPI das joias em discussão e a intensificação das investigações, os próximos passos desse caso poderão ter um impacto significativo na trajetória política e no legado de Jair Bolsonaro, tanto para seus apoiadores quanto para aqueles que têm acompanhado sua presidência com interesse.

Acompanhe o Blog do Esmael para mais informações sobre esse assunto em desenvolvimento.

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