Agronegócio estuda pedir a cabeça de Paulo Guedes, o ministro da Economia de Bolsonaro

A numerosa bancada do boi no Congresso Nacional, composta por cerca de 200 parlamentares ligados ao agronegócio, estuda pedir a cabeça do ministro da Economia, Paulo Guedes, em virtude da extinção de subsídios para produtores rurais.

Do ponto de vista da cartilha liberal, defendida inclusive pelos agricultores, Guedes está corretíssimo quando suprime a tutela econômica. Afinal de contas, liberalismo tem a ver com a menor interferência possível do Estado no mercado. É o tal laissez-faire nu e cru.

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Mas do prisma de uma Nação soberana, Paulo Guedes está equivocado — da mesma forma que o agronegócio se equivocou ao eleger Jair Bolsonaro (PSL) presidente da República. Os agroboys acreditavam que a liberdade de comprar uma espingarda seria suficiente para gerar riquezas, negócios e conforto no campo.

A bronca do agronegócio com o ministro da Economia, o Posto Ipiranga de Bolsonaro, se acentuou após ele derrubar tarifas antidumping que protegia os produtores de leite brasileiros. Agora, o produto pode ser importado de outros países e quebrar o setor no país.

O recado de que haverá reação no parlamento veio da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a Menina Veneno, em tom severo: “Vamos quebrar a Agricultura? É esse o propósito? Tenho certeza que não é”, disse ela ao Estadão.

Economia

Não foi por falta de aviso que isso aconteceria muito em breve. Na campanha eleitoral passada, o então candidato Ciro Gomes (PDT) alertou que Bolsonaro quebraria em pouco tempo o agronegócio.

O ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi, também foi um dos que vislumbraram tempos difíceis para o setor de rural e a exportação de commodities sobretudo para a China e países árabes em razão de políticas geopolíticas de Bolsonaro.