Acabou o estado de emergência da pandemia de Covid, declara a OMS

A decisão não significa que a pandemia acabou, mas sim que a OMS considera que os países já possuem meios eficazes para lidar com a doença

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta sexta-feira (5/5), o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (Espii) da Covid-19. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que acatou a recomendação do Comitê de Emergência para Covid-19, composto por especialistas em saúde pública.

O painel de especialistas se reúne periodicamente desde janeiro de 2020, para analisar os dados da pandemia e determinar quando seria o momento certo para baixar o nível de preocupação sobre o coronavírus. A mudança na classificação da pandemia ocorre um dia após a 15ª Reunião do Comitê de Emergência para Covid-19.

“Eu aceitei esse conselho. É, portanto, com grande esperança, que declaro o fim da Covid-19 como uma emergência de saúde global”, afirmou o diretor-geral da OMS.

A decisão não significa que a pandemia acabou, mas sim que a OMS considera que os países já possuem meios eficazes para lidar com a doença. Segundo a entidade, a mudança de classificação permitirá que os países concentrem seus esforços em lidar com a Covid-19 de forma sustentável, ao mesmo tempo em que enfrentam outras ameaças à saúde pública.

A pandemia de Covid-19 já infectou mais de 765 milhões de pessoas em todo o mundo, com mais de 6,9 milhões de mortes confirmadas. No Brasil, foram registrados mais de 37 milhões de casos e 701.494 mortes até o momento, de acordo com o Painel Coronavírus atualizado em 26 de abril de 2023.

Apesar da mudança na classificação da pandemia, a OMS ressalta a importância da continuidade das medidas preventivas, como o uso de máscaras, o distanciamento social e a vacinação em massa, para garantir a segurança da população mundial.

Economia

A emergência da pandemia de Covid foi decretada em março de 2020, qual seja, há três anos no Brasil e no mundo. Abaixo, confira o histórico.

Histórico da pandemia de COVID-19

Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China. Tratava-se de uma nova cepa (tipo) de coronavírus que não havia sido identificada antes em seres humanos.

Uma semana depois, em 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas confirmaram que haviam identificado um novo tipo de coronavírus. Os coronavírus estão por toda parte. Eles são a segunda principal causa de resfriado comum (após rinovírus) e, até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em humanos do que o resfriado comum.

Ao todo, sete coronavírus humanos (HCoVs) já foram identificados: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-COV (que causa síndrome respiratória aguda grave), MERS-COV (que causa síndrome respiratória do Oriente Médio) e o, mais recente, novo coronavírus (que no início foi temporariamente nomeado 2019-nCoV e, em 11 de fevereiro de 2020, recebeu o nome de SARS-CoV-2). Esse novo coronavírus é responsável por causar a doença COVID-19.

A OMS tem trabalhado com autoridades chinesas e especialistas globais desde o dia em que foi informada, para aprender mais sobre o vírus, como ele afeta as pessoas que estão doentes, como podem ser tratadas e o que os países podem fazer para responder.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem prestado apoio técnico aos países das Américas e recomendado manter o sistema de vigilância alerta, preparado para detectar, isolar e cuidar precocemente de pacientes infectados com o novo coronavírus.

Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional 

Em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou que o surto do novo coronavírus constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) – o mais alto nível de alerta da Organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Essa decisão buscou aprimorar a coordenação, a cooperação e a solidariedade global para interromper a propagação do vírus.. Essa decisão aprimora a coordenação, a cooperação e a solidariedade global para interromper a propagação do vírus.

A ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), “um evento extraordinário que pode constituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacional coordenada e imediata”.

É a sexta vez na história que uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional é declarada. As outras foram:

  • 25 de abril de 2009: pandemia de H1N1
  • 5 de maio de 2014: disseminação internacional de poliovírus
  • 8 agosto de 2014: surto de Ebola na África Ocidental
  • 1 de fevereiro de 2016: vírus zika e aumento de casos de microcefalia e outras malformações congênitas
  • 18 maio de 2018: surto de ebola na República Democrática do Congo

A responsabilidade de se determinar se um evento constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional cabe ao diretor-geral da OMS e requer a convocação de um comitê de especialistas – chamado de Comitê de Emergências do RSI.

Esse comitê dá um parecer ao diretor-geral sobre as medidas recomendadas a serem promulgadas em caráter emergencial. Essas Recomendações Temporárias incluem medidas de saúde a serem implementadas pelo Estado Parte onde ocorre a ESPII – ou por outros Estados Partes conforme a situação – para prevenir ou reduzir a propagação mundial de doenças e evitar interferências desnecessárias no comércio e tráfego internacional.

Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia. O termo “pandemia” se refere à distribuição geográfica de uma doença e não à sua gravidade. A designação reconhece que, no momento, existem surtos de COVID-19 em vários países e regiões do mundo.

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