Globo em campanha por Sergio Moro exibe ao vivo discurso de ex-juiz em reunião do Podemos

Sergio Moro propõe o pagamento dos precatórios e do Auxílio Brasil por meio de cortes das áreas sociais. Ele quer tirar do pobre para dar para o mais pobre.

O suspeitíssimo ex-juiz Sergio Moro (Podemos-PR) ganhou cobertura ao vivo da Globo em discurso que ele fez nesta terça-feira (23/11), em Brasília, durante encontro com parlamentares do Podemos.

A pretexto de apoiar o posicionamento do Podemos a favor dos programas de transferência de renda, como o Auxílio Brasil, mas sem comprometer a responsabilidade fiscal, a emissora dos Marinho botou a Globonews –televisão a cabo– para reverberar o posicionamento de Moro.

Evidentemente que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tem o mesmo espaço nos veículos de comunicação da Globo, uma concessão pública, a despeito de o petista liderar todas as pesquisas de intenção de votos.

Pela primeira vez, Moro não falou em corrupção –seu mantra nos últimos sete anos. Ele focou seu discurso na economia e no suposto combate à pobreza para fazer contraponto principalmente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que se gaba por não entender nada de economia.

Ao lado de parlamentares do partido, Moro defendeu a aprovação da PEC 41/2021, do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), que define – por meio do cortes de despesas – recursos orçamentários para o financiamento do Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família) sem furar o teto de gastos e sem dar calote nos servidores que têm créditos judiciais a receber.

Economia

Ou seja, Moro defende tirar recursos da saúde ou educação –por exemplo– para o pagamento do benefício. A ideia da bancada do Podemos é blindar a maior parte do Orçamento da União para pagamento de juros e amortizações da dívida interna. Mas isso o suspeito ex-juiz não explicitou ao distinto público.

PEC dos Precatórios x Auxílio Brasil

Em conversas com economistas e investidores, Sergio Moro vem se manifestando de forma contrária ao texto da PEC dos Precatórios (PEC 23/2021), aprovada pela Câmara dos Deputados e que deve ser votada no Senado Federal nos próximos dias. Para ele a proposta, também chamada de PEC da recessão, vai fazer com que o País perca ainda mais credibilidade fiscal e investimentos, gerando um cenário de prejuízos aos cidadãos, com inflação e juros mais altos e aumento do desemprego.

“Se o objetivo da PEC fosse apenas viabilizar o pagamento de programas de transferência de renda, seria possível fazê-lo com melhor alocação de recursos orçamentários ou corte de despesas e, de nenhuma forma, se justificaria agregar novos gastos com a ampliação do fundo eleitoral para R$ 5 bilhões e a garantia de mais R$ 16 bilhões para as obscuras emendas parlamentares do relator”, disse Moro, em artigo publicado pela Revista Crusoé na última semana.

Na prática, Sergio Moro propõe o pagamento dos precatórios e do Auxílio Brasil por meio de cortes das áreas sociais. Ele quer tirar do pobre para dar para o mais pobre.

O economista Affonso Celso Pastore, que integra a equipe de Moro, também é categórico ao afirmar que a PEC dos Precatórios “é o último prego no caixão da responsabilidade fiscal”.

Os nove senadores do Podemos fecharam questão contra a PEC dos Precatórios e a favor da proposta do senador Oriovisto.

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