APP-Sindicato denuncia “Mais Mortes” de educadores nas escolas do Paraná

  • Professores dizem que Ratinho Junior “desapareceu” enquanto falecem educadores nas escolas do Paraná
  • De acordo com a APP-Sindicato, 169 profissionais do magistério morreram de covid com a volta às aulas presenciais

O programa “Mais Mortes” do governo do Paraná segue em frente. Segundo a APP-Sindicato, mais uma professora e um funcionário faleceram de covid nas últimas horas após se contaminarem no retorno das aulas presenciais.

De acordo com a APP-Sindicato, 169 profissionais do magistério já morreram de covid com a volta às aulas presenciais nas escolas da rede pública do Paraná.

A APP, entidade representativa de 120 mil profissionais do magistério, denuncia que “enquanto a pandemia toma conta do Paraná o governador Ratinho Junior (PSD) continua desaparecido, sem compromissos na agenda oficial dessa quarta-feira (9/6).”

O Sindicado afirma que a imposição da volta às aulas presenciais no pico da pandemia de Covid-19 tem seu mais triste retrato nos falecimentos dos educadores Ironei de Oliveira e Liziane de Souza Ribeiro, ocorridos na segunda-feira (7/6) e terça-feira (8/6), respectivamente.

A organiza sustenta que a contaminação e a morte de ambos, após o retorno ao trabalho presencial, expõe a real situação da categoria no Paraná, empurrada pelo governador Ratinho Junior para o risco de contaminação e morte no momento em que surgem variantes mais contagiosas do coronavírus.

“Enquanto assiste educadores e população falecendo, Ratinho Junior não tem compromissos oficiais em sua agenda oficial dessa quarta-feira (9/6). Para ele, é apenas um dia de tranquilidade no trabalho, mas para os 120 mil educadores representados pela APP-Sindicato é dia de luto e luta pelos colegas perdidos na pandemia”, diz trecho do comunicado.

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Ironei era funcionário do Colégio Estadual Unidade Polo, em Campo Mourão, onde presidiu o Núcleo Sindical da APP. A escola foi militarizada no ano passado pelo Governo Ratinho Junior. Mesmo diante do caso de Ironei e de outros funcionários que se contaminaram, a Secretaria de Educação e a direção da escola mantiveram o colégio funcionando. Ele faleceu um dia antes que a professora Liziane, diretora auxiliar do Colégio Estadual Elzira Correia de Sá, em Ponta Grossa. Ela era esposa do professor Tércio Alves do Nascimento, presidente do Núcleo Sindical da região.

As sucessivas mortes de educadores paranaenses causam comoção na sociedade paranaense.

Na Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado Professor Lemos (PT) pediu ao governador Ratinho Junior a imediata suspensão das aulas presenciais para evitar mortes nas escolas dos 399 municípios.

Liziane e Ironei são símbolos da volta às aulas no Paraná, segundo a A APP-Sindicato, que denuncia publicamente o Governo Ratinho Junior pela insistência em manter a volta às aulas presenciais no momento em que todos estão inseguros com o aumento de contaminação pelo coronavírus. “A APP-Sindicato reafirma a Greve pela Vida, único recurso disponível aos educadores para preservar sua existência diante de um governo cruel”, diz a entidade dos educadores.

O Hospital Infantil Pequeno Príncipe, em Curitiba (PR), registrou na segunda-feira (7/6) número recorde de internações de crianças e adolescentes por Covid-19, com 22 pacientes, sete deles na UTI. Na Capital, a taxa de ocupação dos 542 leitos de UTI SUS exclusivos para Covid-19 era de 102% na terça-feira (8/6), com 9.918 casos ativos na cidade, correspondentes ao número de pessoas com potencial de transmissão do vírus. “Em todo o Paraná a situação da saúde pública é parecida, mas o governador Ratinho Junior parece viver em outro mundo”, lamenta a APP-Sindicato.

“O governador se ausenta no momento em que a população clama por cuidado. A alienação de Ratinho Junior em relação à saúde da população assusta os profissionais da Educação no Paraná. Com a agenda oficial livre, ele poderia estender a possibilidade de preservar a vida também aos educadores, mas prefere insistir na crueldade de impor a volta às aulas presenciais e favorecer o descontrole da epidemia”, afirma o Sindicato.