Professores denunciam genocídio no Paraná; 167 educadores já morreram na pandemia [vídeo]

O deputado Professor Lemos (PT) denunciou nesta terça-feira (8/6), em discurso na Assembleia Legislativa do Paraná, um genocídio em curso no no estado cujo parâmetro de aprendizado é o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O parlamentar pediu ao governador Ratinho Junior (PSD) a imediata suspensão das aulas presenciais no Paraná para evitar mortes nas escolas dos 399 municípios.

Segundo Lemos, as aulas presenciais possibilitam a movimentação do vírus e 167 profissionais já morreram no Paraná. “É um ato criminoso”, denunciou o deputado, que é integrante da base de sustentação da APP-Sindicato, entidade que representa cerca de 120 mil educadores paranaenses.

Além de relatar o drama dos profissionais do magistério, Lemos disse que o governo do Paraná deveria recorrer a estados vizinhos para evitar os óbitos.

“Não tem atendimento hospitalar na hora que precisa. Não precisamos mandar nossos educadores para o matadouro”, afirmou.

Após sua fala, na tribuna, Professor Lemos pediu a palavra novamente para comunicar a morte do 168º educador no Paraná. O parlamentar pediu ajuda ao presidente da ALEP, Ademar Traiano (PSDB), para convencer Ratinho Junior a suspender as aulas presenciais no Paraná.

Economia

“A mortandade de educadores pode ser interrompida pelo governador. A cada hora morre mais um pouquinho de professores e funcionários de escolas”, disse o deputado, que reforçou o pedido de socorro da APP-Sindicato.

O Paraná é o segundo estado com maior média móvel (últimos 7 dias) de óbitos por Covid-19 no Brasil, segundo levantamento do Farol Covid no domingo (6/6).

O Blog do Esmael se solidariza com os profissionais do magistério paranaense.

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Cientista apresenta novo estudo sobre a pandemia em Curitiba

A APP-Sindicato está cada vez mais preocupada com a alta dos números da pandemia e com a pressão que a Secretaria de Estado da Educação (Seed) exerce sobre as direções das escolas para o retorno das aulas presenciais. Por isso, encomendou uma nova atualização do estudo feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) sobre o problema na capital.

O novo estudo será apresentado pelo biólogo e pesquisador Lucas Ferrante na Câmara Municipal de Curitiba, por meio do vereador Renato Freitas (PT), nesta quarta-feira, dia 9, no período da manhã.

Histórico

O primeiro trabalho feito pela equipe multidisciplinar de cientistas do INPA foi apresentado em março deste ano. Não demorou e o prefeito decretou um discreto lockdown na capital. A partir daí, foi solicitada a primeira atualização. O modelo utilizado pelo grupo de cientistas é o SEIR (Susceptíveis – Expostos – Infectados –Recuperados). Ele demonstra que o isolamento social aplicado em Curitiba entre os dias 13 de março e 4 de abril foi eficaz em minimizar a terceira onda de Covid-19, agora vivenciada pelo município – mas não de contê-la por completo, já que os níveis de isolamento social recomendados não foram atingidos, pois ficaram em torno de 30-50% menor que o recomendado.

De acordo com o modelo SEIR, apresentado na primeira nota técnica, projetava-se uma terceira onda com potencialidade de causar mais de 100 óbitos diários. Na primeira atualização do documento, a previsão era a de que a taxa de óbitos diários para o mês de abril deveria permanecer em uma média de 35 óbitos diários (máxima de até 50 óbitos), tendo a terceira onda um recrudescimento a partir do mês de maio. Estima-se que, mesmo não atingindo o patamar recomendado, o isolamento social implementado evitou pelo menos 1500 mortes para a cidade de Curitiba. Com os números em alta, o novo estudo será apresentado na Tribuna Livre do Oposição da Câmara de Vereadores.