- Diante da alta em casos de Covid-19, municípios já suspendem aulas presenciais
- Em Guarapuava e União da Vitória, as autoridades consideram um risco manter as aulas presenciais
- Prefeituras anunciaram medidas mais duras de isolamento social como o lockdown
- Governo do Paraná antecipa toque de recolher
- Número de mortos (24.670) é maior que população de 322 municípios do Paraná
Após aumento de casos de Covid-19 no Paraná, algumas cidades do estado já estão contrariando a medida da Secretaria de Estado da Educação (Seed) em voltar com as atividades presenciais. Nesta segunda-feira (17), a prefeitura de União da Vitória já decretou a suspensão das aulas presenciais, tanto em unidades públicas quanto particulares. Já na região de Guarapuava, o próprio Núcleo Regional da Educação (NRE) recomendou a volta das aulas remotas.
Em União da Vitória, que segundo o boletim publicado pela Secretaria Municipal de Saúde conta com 408 casos confirmados e 84 óbitos por complicações da Covid-19, após pressão de trabalhadores(as) da educação pelo fechamento das escolas, o município decretou um lockdown parcial, com toque de recolher. A presidenta do Núcleo Sindical de União da Vitória, Salete Tonon, considera o decreto uma vitória e aponta que este não é o momento para o retorno das atividades presenciais.
“O secretário da saúde da cidade é um gestor que trabalha a partir da ciência, assim como o vice-prefeito, o que favorece o diálogo bom sobre a questão do adiamento do retorno presencial”, destaca Salete Tonon.
A presidente ainda enfatiza que a cidade de União da Vitória enfrenta um grave problema em relação a cidade vizinha de Porto União, onde por ser outro estado com uma política mais branda de isolamento, contribui para a alta circulação do vírus na região. “Esperamos um posicionamento do governo do Estado sobre essa questão, pois isso tem gerado um problema para nossa cidade”, conta Salete Tonon.
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Já na cidade de Guarapuava, após o governador Ratinho Junior (PSD) decretar o retorno de 4 colégios da cidade e 3 da região com 50% da capacidade, o NRE do município voltou atrás, anunciando em grupos do Whatsapp a suspensão das aulas presenciais. De acordo com o Núcleo Sindical da região, a categoria está fazendo o enfrentamento reforçando a falta de segurança para o retorno presencial.
A presidenta do NS de Guarapuava, Terezinha dos Santos Daprai, defende que o retorno das atividades no estado só poderá ser feito após a vacinação em massa da população, garantindo assim que não ocorra contaminação comunitária dentro dos espaços de ensino, agravando ainda mais a pandemia no Paraná.
“A volta das aulas no ensino modo remoto só comprovou os argumentos que levamos para as chefias dos NREs. Não há segurança nas escolas até a vacinação. Vamos manter nossa posição, defendendo a vida e o retorno das atividades presenciais só após a vacinação de 70% da população, que é o ideal para que o afrouxamento das medidas restritivas sejam feitas com segurança”, complementa Terezinha Daprai.
A direção estadual da APP-Sindicato já reafirmou sua posição contrária ao retorno das atividades presenciais. No último sábado (15), o Comando Estadual de Greve reforçou a necessidade da greve, iniciada no dia 10 de maio, quando o Governo retomou aulas presenciais em 200 escolas. Informações sobre como resistir ao assédio de diretores(as) de escola e de Núcleos Regionais de Educação estarão num hotsite na página da APP-Sindicato no início da semana. Nova assembleia da categoria acontecerá dia 29 de maio, para avaliação e mobilização.
Govenador do PR reconhece gravidade
Ratinho Junior sabe que volta as aulas presenciais pode significar mais contágios e mortes por covid no Paraná. Não é à toa que o mandatário resolveu antecipar para hoje o toque de recolher que estava previsto para a próxima quarta-feira, dia 19.
O novo decreto do governador fecha atividades não essenciais aos domingos no Paraná. O toque de recolher e o período de proibição da venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos passam a valer das 22h às 5h.
A medida vai valer até dia 31 de maio e estabelece, durante a semana, restaurantes, shopping centers, academias e comércio podem atender das 10h às 22h com 50% de ocupação.
Apesar de reconhecer a gravidade do avanço da doença no estado, Ratinho manteve aulas presenciais em 200 escolas da rede pública.
Covid no Paraná
O Paraná chegou a 24.670 mortes e 1,02 milhão de casos de covid durante a pandemia.
A quantidade de mortos é maior que a população de 322 municípios do Paraná, equivalente a 80% das cidades paranaenses.
O Paraná tem 399 municípios.
Somente 77 cidades têm mais habitantes que os óbitos divulgados nesta segunda-feira (17/5) pelos órgãos de saúde.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.